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MUNDO BOTONISTA

Por Paulo Roberto Souza (15/11/2021)

Não vou me adaptar.

"Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar, me adaptar."


Era Agosto de 2017 quando tivemos o retorno da modalidade 3 Toques no Amazonas, depois de um hiato de mais de uma década, que foi preenchido pela 12 toques, praticada pelos botonistas do Amazonas desde o ano de 2008. O vice-presidente da 3 Toques, na época, Bruno Mestre, por um acaso, encontrou registros históricos sobre as competições que tiveram participação dos botonistas amazonenses e, assim, fez contato com a Federação no intuito de trazer de volta às mesas manauaras aquela que foi a modalidade que impulsionou o Futebol de Mesa local, no fim da década de 70.


A galera do Amazonas, prontamente, abraçou a ideia, tanto os antigos botonistas, quanto os novos botonistas receberam muito bem o retorno da modalidade, entre estes eu me incluo, porém, eu trazia comigo uma série de dúvidas e também vários preconceitos e acreditava, no meu íntimo, que não me adaptaria a esse jogo totalmente diferente da modalidade que eu praticava. 


Eu me queixava sempre do fato de jogar uma partida de 40 minutos e praticamente não chutar a gol, das estratégias usadas pelos mais experientes que me impediam de jogar, do árbitro que, em minha opinião, errava em lances capitais, da mesa bem maior que dificultava chutes e algumas palhetadas, além de outros detalhes na regra que me causavam bastante irritação e, no meu modo de ver, engessavam a modalidade.


No ano de 2019, fui à minha primeira competição nacional de 3 toques, o Campeonato Brasileiro de Equipes em Brasília, juntamente com 3 amigos de Manaus e, sinceramente, essa experiência transformou bastante meu pensamento acerca da modalidade 3 toques, pois, observei melhor o jogo, vendo os melhores do país, fiz grandes amigos, aprendi que existe uma cultura peculiar, o fato dos botonistas, chamados de técnicos na 3 toques, terem times que definem sua identidade botonística e serem conhecidos pelos times que criaram e transportaram da sua imaginação para as mesas. Entre esses times tradicionais, surgidos da mente criativa dos técnicos da 3 toques, temos os seguintes: Baleia Branca, Chorare, Independente, SCAM, Cruz de Malta, Heavy Metal, Estrela Solitária, Amigos, Oscar, Garis, Manto Negro, entre outros.


Toda essa cultura me fascinou e ganhou meu respeito e admiração, pois os “caras” da 3 toques são os mais “brigões” que conheço no que se refere a defender sua modalidade, mas, acima de tudo, amam esse jogo que requer destreza, raciocínio, coordenação motora e força mental. E por fim, inesperadamente, fui convidado pelo atual VP, Marcos Damázio, a fazer parte da diretoria da modalidade na CBFM, fato este que também me deu a oportunidade de ajudar a conduzir o processo democrático da escolha da bola da modalidade, um marco histórico para a 3 toques, e por fim, acabei me adaptando ao que é o 3 toques, não sou um craque, mas estar na mesa jogando a modalidade é uma imensa alegria .

Paulo Roberto Souza

Paulo Roberto de Freitas Souza é pedagogo e botonista do estado do Amazonas - atualmente representando o Manaus FC - e um dos administradores do Fórum Mundo Botonista no Whatsapp. O manauara é praticante das modalidades 12 Toques, 3 Toques e Dadinho, tendo sido inclusive dirigente na Federação Amazonense de Futebol de Mesa. Atualmente, Paulo ocupa uma função estratégica como diretor de Comunicação da Confederação Brasileira da modalidade 3 toques.

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paulo_souza@mundobotonista.com.br

(092) 9163-2106



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