Painel do Mundo
Por José Carlos Cavalheiro (11/03/2024)
Nos anos 60 e início dos 70 do século passado o uso do dadinho ainda não era predominante entre os aficionados pelo futebol de botão no Rio de Janeiro. Usava-se bolas feitas de miolo de pão, do papel alumínio que vinha na embalagem dos cigarros, mas também eram utilizadas pastilhas que faziam parte dos jogos de botões de plástico e outras, de acrílico, que eram vendidas em papelarias, juntamente com outros materiais para o jogo infantil. Posteriormente, foram utilizadas as peças do jogo de estratégia chamado War, pois vinham em grande quantidade, mais de trinta de cada cor (vermelha, negra, branca, amarela, verde e azul).
O uso dessas diferentes pastilhas levou à criação de uma regra específica para os amantes desse material. Os campeonatos estaduais individuais e por equipes da regra Pastilha vêm sendo realizados, ininterruptamente, desde 2004. No final da primeira década do atual século e no início da segunda, a regra possuía uma quantidade expressiva de atletas e clubes praticantes, sendo a terceira com mais adeptos na FEFUMERJ (Federação de Futebol de Mesa do Rio de Janeiro). Infelizmente, devido a uma série de disputas de ordem pessoal, a Pastilha teve um grande esvaziamento ficando, basicamente, restrito a alguns poucos atletas do Bangu e do Vasco da Gama. Pontualmente, outros clubes participavam dos torneios como, por exemplo, Friburguense e River. A ação do então vice-presidente da regra, Sr. Marcelo Coutinho manteve a Pastilha viva nesse período. A administração seguinte, do Sr. Fernando Cruz, deu continuidade ao trabalho do seu antecessor.
Na gestão do Sr. Marcus Vinícius, houve um aumento considerável no número de atletas e clubes participantes. Nesse processo de retomada devemos ressaltar a participação do Sr. Rodrigo Campos, Diretor de Comunicação e o apoio da Diretoria Geral da Federação de Futebol de Mesa do Estado do Rio de Janeiro (Fefumerj). Entretanto, tal retomada não poderia ser realizada sem a contribuição dos adeptos da regra, que em 2023 organizaram oito torneios abertos em diferentes clubes mantendo os atletas em atividades além das competições oficiais.
A Pastilha terminou o ano com nove clubes inscritos (Bangu, Botafogo, Duque de Caxias, Grajaú Tênis, Light, Fluminense, Friburguense, Olaria e Vasco da Gama) e cerca de trinta (30) atletas participantes. A capilaridade dos clubes, somada a um trabalho mais intenso de divulgação, atraiu mais atletas e clubes trazendo novamente a regra aos holofotes do futebol de mesa no Rio de Janeiro. Para a temporada 2024 a Pastilha conta agora com sessenta e um (61) atletas representando treze (13) clubes – se uniram Flamengo, Humaitá, Nova Friburgo e São Cristóvão - evidenciando a retomada da sua representatividade no futebol de mesa estadual, que foi perdida há mais de uma década. A Pastilha é, basicamente, praticada por atletas de outras regras, disputa o segundo lugar entre aquelas com mais atletas na federação, juntamente com a 1 Toque e a 12 Toques. A regra Dadinho, com duzentos atletas, é a líder absoluta nesse quesito. Uma das razões do sucesso da Pastilha é o seu baixo custo. Atualmente cada atleta paga apenas R$ 5,00 por mês. Ademais, a diretoria busca sempre agendar suas competições oficiais para que não coincidam com datas de outras regras. Na última reunião de clubes ficou acordado que em 2024 o Campeonato Estadual terá quatro etapas e o Estadual Interclubes uma.
Atualmente, Rio de Janeiro e Ceará são as únicas federações onde a regra é praticada de maneira oficial. Já estão sendo feitos contatos com outros estados (Espírito Santo, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul para que, futuramente, se possa solicitar à Confederação Brasileira de Futebol de Mesa (CBFM) a oficialização da regra, mas o caminho para se chegar a esse objetivo ainda é longo.
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Formado em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, José Carlos Marques Cavalheiro, nasceu na capital carioca no ano de 1962. Foi atleta de futebol de mesa na regra12 Toques de 1998 a 2005, quando foi viver em diferentes lugares: São Paulo, Paris, Jundiaí e Bogotá, onde atualmente reside. É o responsável pelo site da FEFUMERJ desde dezembro de 2004. Atualmente exerce o cargo de Diretor de Comunicação da entidade.
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