Painel do Mundo
Por José Carlos Cavalheiro (20/10/2021)
A cor é uma sensação produzida pelos raios luminosos nos órgãos visuais e que é interpretada no cérebro. Trata-se de um fenómeno físico-químico em que cada cor depende do comprimento de onda. Os corpos iluminados absorvem parte das ondas eletromagnéticas e refletem as restantes. Essas ondas refletidas são captadas pelo olho e, dependendo do comprimento de onda, são interpretadas pelo cérebro. Em condições de pouca luminosidade o ser humano apenas consegue ver a preto e branco. Sendo assim, a cor branca é o resultado da sobreposição de todos as cores. A cor preta, em contrapartida, é o contrário e define-se como sendo a ausência de cor. Uma maçã, por exemplo, é vermelha porque na composição da sua casca só a luz vermelha é refletida, e as outras cores do espectro são absorvidas.
As cores influenciam em muitos aspectos das nossas vidas mesmo sem nos darmos conta. A psicologia, o relaxamento, a aprendizagem, a decoração, o marketing, a moda, o desejo sexual e até mesmo o esporte estão sob o poder das cores. Nas Olimpíadas, na luta greco-romana, aproximadamente 67% das vitórias são para os que se vestem de vermelho, em coparação com aqueles que se vestem de azul. No futebol, por exemplo, os árbitros tendem a sancionar mais as equipes que tenham camisas negras. Na Inglaterra, se considerarmos os vencedores após a 2ª Guerra Mundial, a cor vermelha também é mais vitoriosa, bastando para tanto conferir os títulos dos principais vencedores: Manchester United, Liverpool e Arsenal.
No esporte, a psicologia da cor também se aplica, já que cada tonalidade influencia o estado de espírito do atleta, causando nele um certo efeito. Veja o que representa cada uma das cores:
Vermelho: cor que aumenta a adrenalina e é normalmente associada com a cor da vitória. Se um atleta ou uma equipe usa essa cor, vai se sentir vencedor ou mais propenso ao sucesso.
Laranja: responsável pela parte criativa, pode ajudar o esportista a recuperar o interesse pela atividade.
Amarelo: por ser chamativa, tem a capacidade de melhorar os reflexos.
Verde: proporciona harmonia e equilíbrio completo, ajudando o atleta a ter autoconfiança. Recomenda-se usar cores verdes no treinamento.
Azul: transmite sentimentos de calma e, portanto, ajuda a pessoa a ficar mais tranquila e focada em seus objetivos.
Preto: embora seja vista muitas vezes como uma cor de energias negativas, ela representa o controle e sacrifício de cada atleta.
No futebol de mesa, além da admiração que se tem por um determinado clube, os fatores culturais e emocionais fazem com que o atleta escolha a cor do seu time ou a cor do time com o qual você enfrentará um determinado adversário. Como já foi citado acima, o negro muitas vezes é visto como uma cor negativa por estar associado na nossa cultura à noite, morte, melancolia, pessimismo, opressão. Da mesma maneira que o cinza, associado muitas vezes à chuva, tristeza, seriedade. O rosa, dentro do universo machista no qual vivemos, não é uma cor aceita por parte da população masculina. Muitas vezes uma antipatia pessoal por uma determinada cor ou um trauma em algum período da vida faz com que o atleta rejeite determinada cor, da mesma maneira que uma boa lembrança faz com que se tenha uma afeição especial por determinada cor.
Para alguns atletas as cores lilás e roxo são as que mais fecham a defesa, pois o contraste com o verde faz com que os botões pareçam maiores do que realmente são. Dependendo do adversário pode-se mudar a cor do seu time. Uma outra estratégia é utilizar um time da mesma cor da do adversário, mas com um tom diferente. O risco é você se atrapalhar também.
Existem também pessoas sinestésicas que criam relações com planos sensoriais diferentes: Por exemplo, o gosto com o cheiro, ou a visão com o tato. Se já tiver acontecido de você ouvir um determinado som e pensar em alguma cor ou se você associar números a uma cor, por exemplo, significa que você também é sinestésico. Dessa maneira, quem tiver essa característica pode mandar fazer um time com botões de cores diferentes, cada um relacionado com o número que ele porta.
Na hora de decorar seu time, incluindo o goleiro, siga essas dicas para não cair no mau gosto:
Caso você tenha dificuldade com tantas cores e tons, chame a sua esposa, namorada, irmã ou mãe. Elas são muito melhores nesses temas do que os homens.
Observação: A ideia de publicar essa matéria,publicada inicialmente no Site da FEFUMERJ, surgiu de um debate no grupo de Whatsapp do Mundo Botonista e teve a colaboração imprescindível, para a sua realização, do Sr. Reginaldo Valença.
Formado em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, José Carlos Marques Cavalheiro, nasceu na capital carioca no ano de 1962. Foi atleta de futebol de mesa na modalidade Bola 12 Toques de 1998 a 2005, quando foi viver em diferentes lugares: São Paulo, Paris, Jundiaí e Bogotá, onde atualmente reside. É o responsável pelo site da FEFUMERJ desde dezembro de 2004. Atualmente exerce o cargo de Diretor de Comunicação da entidade.
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