Painel do Mundo
Por Chico Júnior (20/08/2021)
Muito se fala sobre usar ou não, permitir ou não, botões coloridos em uma partida oficial. Se está na regra, pode. Eu, sinceramente, não gosto, acho feio, não é do meu agrado, eu sou daqueles que acreditam que o botão tem alma, tem vida própria, não gosto de escalações que misturam épocas diferentes, os famosos melhores de todos os tempos. Isso é um gosto, ou não gosto, meu.
Porém, apresento um contraponto, meu maior ídolo no esporte, para mim o maior de todos, Mauro Michilin, jogava, e muito, com times coloridos. Uma vez perguntaram a ele o real motivo e na resposta ele mostrou porque era craque. Cada cor de placa tem sua densidade, então, antes dos torneios, ele colocava os botões na mesa e via quais as cores de melhor performance naquele clima, naquela mesa. Um camarada realmente diferenciado, e abaixo conto duas historias que tive com ele.
Desde quando comecei a jogar, isso é mais ou menos 2001, toda reportagem na revista ou na tv que tinha com nosso esporte, era com o grande Mauro. Jogando um desses abertos da vida, mais precisamente um Integração realizado no CREF, na segunda fase, ao voltar todo feliz do almoço, vejo a tabela e nela está: jogo 1, eu contra o Mauro, esse foi o primeiro jogo que tremi para jogar. Na hora que acordei já estava 4 a 0, consegui dar uma reagida e o jogo terminou com honestos 8 x 4 para ele.
Brasileiro de 2010, em São Paulo, Hotel Lorena Flat, achei que o metrô era mais perto, já fora do peso, caminhei as 9 quadras e cheguei esbaforido. Ao olhar o grupo, primeiro jogo, eu contra o fenômeno Mauro. Só que para minha sorte e surpresa ele não estava bem e o primeiro tempo virou 3 x 1 para mim. Ao final, 4 x 3, e o Mauro errou na campainha, ou seja, em brasileiros o Mauro é meu freguês. Nem preciso dizer que, no final, caí para a extra e o Mauro foi 4º da ouro. Em suma, perdi todo o raciocínio, então, joguem com os botões que quiserem e sejam felizes!