Porém, havia algumas dificuldades a serem enfrentadas que incluíam um bate-volta no curto intervalo de 72 horas, os dois voos  — um internacional e o seguinte doméstico no outro país — a impossibilidade de levar malas (apenas mochilas eram permitidas nestes voos) e local da cidade da competição, que se situa no deserto e é de pequeno porte, quando comparada à grande maioria das capitais brasileiras.

Como, de acordo com a Lei de Murphy, se algo está ruim certamente vai piorar, nosso herói ainda teve uma crise de coluna causada pelos assentos pequenos e pelo tempo de viagem.

Mesmo com todas essas adversidades, o nosso destemido botonista fez bonito e empilhou títulos individuais e coletivos, tanto pelo seu clube, quanto pela seleção brasileira na competição.

Na volta, o mesmo roteiro, sendo que ainda entulhou ainda mais a mochila com lembranças e troféus, quase sendo barrado no embarque em terras chilenas. Isso sem falar que teria que ir direto do aeroporto para o trabalho.

Ao chegar no Rio de Janeiro era a própria imagem do cansaço e desgaste, até com o uniforme e bermuda do clube viajou. Na imigração, foi vendo todos passarem e só ele ficando para trás. Finalmente, um funcionário o encaminhou para uma sala especial porque: “a Polícia Federal iria conversar com ele”. No recinto apareceu uma policial que conduziu um interrogatório, digno de filmes e séries de ação, fazendo perguntas sobre qual o motivo da viagem, onde ficou, o que fez, e ainda ficava se repetindo, indo e voltando para ver se conseguia pegar alguma contradição.

Nosso resignado craque a tudo respondia e tentava demonstrar que estava uniformizado, tinha time, troféus etc., mas a severa agente da lei continuava questionando e sempre tentando achar uma brecha. Até que nosso amigo percebeu que a policial estava de frente de um PC. Como última cartada, pediu para ela acessar o site da federação do Rio de Janeiro e navegar para confirmar as suas informações.

Só então, após conferir matérias atualizadas (inclusive da competição) e antigas, é que, finalmente, foi, convencida de que não era um terrorista. Tratava-se apenas de um botonista.

Fala sério!