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MUNDO BOTONISTA

Por José Carlos Cavalheiro (09/10/2024)

Expectativa não cumprida

O futebol de mesa competitivo, ao menos no Rio de Janeiro, começou em pequenas associações, posteriormente conseguiu espaço em clubes de pouca expressão popular, ou seja, aqueles não ligados ao mundo do futebol de campo. Posteriormente é que foram criados os departamentos do nosso esporte nos clubes de massa. O Fluminense foi o pioneiro, seguido pelo Vasco da Gama, pelo Flamengo e, alguns anos mais tarde, o Botafogo fechou o quarteto de ferro do futebol carioca. Cabe aqui ressaltar que essa aproximação foi feita notadamente pelas regras 12 Toques (na época a mais organizada) e Dadinho (a mais popular) em terras cariocas.

Havia uma grande expectativa, quase uma certeza, de que a chegada dos grandes clubes atrairia uma quantidade considerável de novos atletas para o nosso esporte. Quem não gostaria de atuar pelo seu clube de coração? Vou mais longe. Quem não gostaria de ser campeão estadual ou brasileiro por esse mesmo clube? Os clubes do Rio de Janeiro e São Paulo — as duas cidades mais populosas do Brasil — possuem milhões de torcedores. Era de se esperar que quem jogou botão e que ainda guarda boas recordações da infância e adolescência, tentasse se aventurar no mundo federado. Infelizmente, apesar da isca ser apetitosa, o peixe não a mordeu e o esperado não aconteceu. Pode-se alegar que o jogo de botão não é mais tão difundido quanto antes, o que não atrairia um público mais jovem, mas nem os mais maduros, e os que já estão a ponto de cair da árvore, foram seduzidos por essa possibilidade, não acontecendo a esperada adesão massiva.

Credito tal fato, em parte, à uma certa acomodação dos atletas das diferentes regras (em algumas mais do que em outras) que se sentem confortáveis no seu seleto ambiente, tendo então, pouco ou nenhum estímulo em atrair novos praticantes. Alguns poucos responsáveis pelos departamentos de futebol de mesa nos grandes clubes de massa se mobilizaram para atrair novos adeptos. Outros se focaram apenas na formação de boas equipes para a conquista de títulos e, finalmente, alguns poucos direcionaram seus esforços em manter um bom ambiente dentro da equipe, muitas vezes com uma preocupação mais social do que competitiva.

Exemplificando sobre o que conheço, para não ser injusto e nem incorrer em equívocos, cito o caso do Rio de janeiro, a segunda federação com mais botonistas no Brasil, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul e com números bastante semelhantes a São Paulo. Na Fefumerj são um pouco mais de 400 atletas participantes contando todas as regras. O clube com mais atletas inscritos é o Fluminense, com cerca de 40 atletas ativos no BID. Olaria, Vasco da Gama, Flamengo, e America o seguem. No meu entender esses números, que podem ser considerados bons, são inexpressivos levando-se em conta o potencial de atração que a associação do futebol de mesa com os clubes de massa representa. Entretanto, me questiono se os clubes estariam realmente preparados paa receber um grande fluxo de interessados no esporte, notadamente no que diz respeito ao tamanho das instalações e da quantidade do material de jogo a serem oferecidos.

Na minha avaliação, a grande contribuição da chegada desses clubes foi a associação do futebol de mesa às marcas de grande valor de mercado o que poderia, no futuro, gerar novas estratégias para a captação de recursos e para o aumento do número de praticantes. Algo que iria muito além da simples cessão de nome e espaço físico. E você prezado leitor, o que pensa sobre o tema?

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Formado em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, José Carlos Marques Cavalheiro, nasceu na capital carioca no ano de 1962. Foi atleta de futebol de mesa na regra12 Toques de 1998 a 2005, quando foi viver em diferentes lugares: São Paulo, Paris, Jundiaí e Bogotá, onde atualmente reside. É o responsável pelo site da FEFUMERJ desde dezembro de 2004. Atualmente exerce o cargo de Diretor de Comunicação da entidade.

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cavalheiro@mundobotonista.com.br
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