Painel do Mundo
Por José Carlos Cavalheiro (06/10/2021)
A prática do sexo antes das competições em esportes de alto rendimento físico sempre foi alvo de polêmica. O pugilista Muhammad Ali (Cassius Clay) afirmava que não fazia sexo nas seis semanas anteriores ao combate, alegando que isso lhe drenaria energia do corpo. Por sua vez, Pelé afirmou que nunca suspendeu a atividade sexual com sua esposa antes de uma partida.
Em outros tempos, nesses esportes, notadamente no futebol, o sexo antes das competições era proibido. Dirigentes e treinadores tentavam coibir a prática sexual de seus jogadores trancafiando-os em concentrações. Nessa fase da vida, transbordando testosterona por todos os poros, já se pode imaginar que muitos desses jovens tentavam fugir para dar vazão a um dos instintos mais básicos do ser humano. A Seleção de Futebol da Holanda, na Copa do Mundo de 1974, ajudou a quebrar tal tabu. Os jogadores holandeses mantinham relações com suas esposas e namoradas entre os jogos do torneio. É bem verdade que não foram campeões, mas encantaram o mundo com o chamado “Futebol Total” que, para ser bem executado, com mudanças constantes nas posições dos jogadores, exigia, além de inteligência, um ótimo condicionamento físico.
Nos esportes onde a questão física não joga um papel tão importante, como é o caso do futebol de mesa, a atividade sexual não gera nenhuma interferência negativa, desde que não esteja acompanhada de drogas, como o álcool, e noites mal dormidas. Esses fatores é que podem acarretar um baixo rendimento nas partidas a serem disputadas. Com o envelhecimento dos nossos jogadores e com o grande número de atletas acima dos quarenta anos, a discussão sobre o sexo antes dos jogos perde grande parte da sua relevância. Os atletas que são ainda adolescentes, usualmente, não têm uma vida sexual muito ativa. O desgaste físico provocado pela autoestimulação não atrapalha em nada, imagino, a performance nas mesas. Os atletas adultos podem ser encaixados na mesma situação dos atletas de alto rendimento físico, mesmo que não usem a parte física tão intensamente. A atividade sexual antes dos jogos, por si só, não atrapalha em nada o desempenho atlético.
Durante as competições, creio que também não haveria problemas de se fazer sexo. Os fatores limitantes seriam o tempo entre os jogos e um local adequado para a prática, já que os cavaletes, creio, não são resistentes à atividade sexual e pode haver muitas reclamações quanto ao fato das mesas estarem prendendo mais do que o habitual.
Para aqueles que tenham dúvidas sobre o efeito do sexo antes das partidas, o melhor momento para desfrutar do que, na minha humilde opinião, é o maior prazer que a vida pode proporcionar, o ideal seria depois dos jogos. Entretanto, muitas vezes, o atleta não tem a mínima vontade de fazer sexo ao retornar para casa, pois, durante a competição, ele já foi f... pelos adversários.
Formado em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, José Carlos Marques Cavalheiro, nasceu na capital carioca no ano de 1962. Foi atleta de futebol de mesa na modalidade Bola 12 Toques de 1998 a 2005, quando foi viver em diferentes lugares: São Paulo, Paris, Jundiaí e Bogotá, onde atualmente reside. É o responsável pelo site da FEFUMERJ desde dezembro de 2004. Atualmente exerce o cargo de Diretor de Comunicação da entidade.
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