Painel do Mundo
Por José Jorge Farah (02/10/2024)
Olá amigos e atletas do nosso futebol de mesa (jogo de botão), para esclarecer a todos: o esporte, sim somos esporte, porém, também somos um lazer, muitos pedem seriedade e outros tantos pedem apenas que nos reunamos e joguemos informalmente. Posso comentar com tranquilidade sobre esses tema, pois lá atrás, no ano de 1962, jogava com botões dos casacos dos meus avós, pais e tios, sobre a mesa de jantar da casa, no chão de tacos, e até mesmo nas calçadas. Era o nosso brinquedo favorito, até que apareceram os primeiros botões lúdicos, feitos por fabricas importantes da época. Marcávamos o chão com giz, imitando um campo de futebol, fazíamos as tabelas de jogos em cadernos de escola ou até mesmo em pequenas lousas. E acreditem, já havia ali uma certa noção de gestão, obviamente com muito mais pureza e falta de qualquer técnica. Entretanto, organizávamos torneios e lindos campeonatos que eram disputados com muito vigor. Quando estávamos sozinhos, jogávamos em solitário e criando torneios internos, sempre anotando os jogos e com os resultado - claro que às vezes direcionando em favor do clube para o qual torcíamos, (algo absolutamente aceitável, não é mesmo?)
Tínhamos times com botões variados, seja no tamanho, na altura, no modelo, representando os grandes craques do futebol brasileiro: Pelé, Rivelino, Silva, Didi, Nilton Santos eram nossa base de jogo. Eu poderia ocupar milhões de linhas com nomes queridos e famosos e, na minha faceta de gestor, gostava de anotar os artilheiros, os goleiros menos vazados e outros detalhes que eu aprendera com a imprensa da época e mimetizava nos meus registros.
E por falar em imprensa da época, narrávamos as partidas com os bordões de Fiori Gigliotti, Jorge Cury, Haroldo Fernandes, José Silverio, Osmar Santos, Silvio Luiz e tantos outros. Foi a era de ouro do futebol nacional. Chegávamos ao extremo de molhar a mesa de jogo (chapa de Duratex), para dizer que o jogo acontecia na chuva. Como no Brasil só cai neve em alguns poucos lugares, jogávamos talco na mesa. Uma verdadeira farra. A gozação da molecada corria solta. Quando um amigo era goleado, o “sarro” (gíria da época), corria solto, a reunião de amigos era constante e o respeito imperava. A brincadeira era sadia e divertida.
Hoje as coisas andam em paralelo, existem a brincadeira e a “coisa séria”. Temos adeptos de todo tipo e com os gostos mais variados. O que não costuma mudar é a vontade de vencer - comum a todos. O jogador de botão nunca quer perder, ele joga com afinco e dedicação, atenção na preparação do chute e a formação técnica da defesa. O botonista é o técnico, dirigente, a imprensa, o torcedor e muitas outras coisas - mas todos temos algo muito forte em comum; somos aficionados, amamos nosso esporte. O jogo de botão foi no Brasil, durante um bom tempo, a principal brincadeira depois do futebol entre os meninos e até entre algumas meninas. E é por isso que eu me despeço hoje repetindo o bordão (que tem e sempre terá muita força entre nós): O FUTEBOL DE MESA FAZ AMIGOS.
Obrigado a todos e até a próxima.
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José Jorge Farah Neto, gestor desportivo e jornalista, nasceu em São Paulo, capital, presidente da CBFM (desde 2020) e da FPFM (desde 2018), anteriormente ocupou a cadeira da presidência da Federação Paulista de 2007 a 2014. Autor do "Almanaque do Futebol Paulista" de 2000 a 2014, o historiador do futebol de mesa, José Farah, tem inúmeras contribuições ao futebol de mesa nacional e dentro da plataforma Mundo Botonista escreve sobre gestão esportiva e sobre os bastidores das instâncias que comandam o futebol de mesa no Brasil.
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