Painel do Mundo
Por José Carlos Cavalheiro (28/05/2023)
Quando pensamos na palavra tempo, notadamente no âmbito do futebol de mesa, alguns conceitos nos vêm à mente. Não há como não pensar, de imediato, na duração do jogo. No caso específico da modalidade Bola 12 Toques, nos dois períodos, ou os dois tempos, cada qual com dez minutos e no intervalo de cinco minutos que usualmente é prorrogado com o famoso "peraí", uma artimanha para aumentar o tempo de limpeza dos botões. Há também a malandragem de gastar o tempo, demorando mais do que a regra permite para concluir uma jogada. Administramos o tempo em nosso favor.
Entretanto, a palavra também está relacionada ao clima. O tempo pode ser o ideal mas pode estar muito quente, muito frio, muito úmido, o que dificultaria nossa concentração ou até mesmo o estado físico do material de jogo, notadamente das mesas. Podemos, assim, culpar o tempo pelo nosso baixo desempenho.
Há também a expressão "no meu tempo", muito utilizada pelos botonistas dinossauros para lembrar, com saudosismo, outras épocas do esporte e daqueles que hoje não jogam mais, pelos mais diferentes motivos, entre eles a não existência física de alguns.
O tempo pode ser também o momento propício, seja ele para jogar, para treinar, para se afastar, para retornar ao meio. Para os fanáticos, todo tempo é tempo de jogar botão.
Existe uma associação entre o tempo e o futuro, a velhice. Como diz uma famosa canção do compositor Reginaldo Bessa "o tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém". Há outra letra de uma música cantada pela Nana Caymmi que fala sobre o nosso tema de hoje, o tempo, que diz que "eu posso, ele não vai pode me esquecer", que nos alerta sobre sua inexorabilidade, ele chegará para todos.
A teoria da relatividade de Einstein postula que o tempo e o espaço estão interligados e que próximo a um objeto de grande massa, como um estrela ou um buraco negro supermassivo, esse tecido espaço-tempo poderia sofrer uma distorção ocasionada pela gravidade do objeto, o que nos permitiria um deslocamento através do espaço e do tempo. Contudo, para nós, simples mortais que poucos sabemos sobre as leis mais complexas da Física, o tempo é aquele período, sem interrupção, no qual os acontecimentos ocorrem, ou seja, o tempo é o presente, e não podemos voltar ao passado e nem ir ao futuro. Sendo assim, aproveitemos nossos tempo presente da melhor maneira, ou seja, jogando botão.
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Formado em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, José Carlos Marques Cavalheiro, nasceu na capital carioca no ano de 1962. Foi atleta de futebol de mesa na modalidade Bola 12 Toques de 1998 a 2005, quando foi viver em diferentes lugares: São Paulo, Paris, Jundiaí e Bogotá, onde atualmente reside. É o responsável pelo site da FEFUMERJ desde dezembro de 2004. Atualmente exerce o cargo de Diretor de Comunicação da entidade.
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