Painel do Mundo
Por Márcio Bariviera (06/03/2022)
Aproveitando minhas férias em casa, tirei um dia para “curtir” meus times de futebol de botão. Os times e as mesas. Sim, tenho duas, uma semi-oficial e um Xalingão. Muita coisa evoluiu do meu tempo de infância até hoje, mas não ter um Xalingão é como possuir uma coleção de discos de rock e nela não constar Beatles e Led Zeppelin.
Mas não pense que o “curtir meus times” foi puxar a mesa, colocar dois times em campo e jogar. Longe disso. Ali, contemplando todo aquele material, fui tomado por uma onda de nostalgia e saudosismo, os quais somente quem viveu isso na infância sabe o significado.
Peguei um pano, álcool, o bom e velho lustra-móveis e fui dar uma geral na turma toda. Começando pelos “gramados”, passando pelos jogadores, traves, palhetas, etc. Enquanto isso, na minha JBL, rodava Pearl Jam, Scorpions e Alter Bridge.
Passando um lustra-móveis no Xalingão foi impossível não relembrar da final do Brasileirão de 1988, entre Inter e Fluminense. O Inter foi campeão vencendo por 1 a 0, com um gol onde a bola tocou no travessão e no próprio jogador que ainda deslisava na mesa. Se existe algo que jamais esquecerei na vida, além da primeira professora, é esse lance.
E os cabinhos que eram fixados atrás dos goleiros Gulliver? Quem não lembra? Hoje o cara pode ter um time de R$ 500, mas aqueles cabinhos que valiam centavos nunca serão esquecidos, garanto. Como a nostalgia é gostosa...
E se a gente não esquece dos cabinhos plásticos é meio que lógico também não esquecer daquelas goleiras brancas, estilo Maracanã. As traves que hoje valem um bom dinheiro nunca terão o encanto daquelas. Eu inclusive pintava “os pés” delas de caneta preta. Eu e uns quantos botonistas, tenho certeza.
Acariciar toda aquela turma me fez um bem enorme. Não importava se era o goleiro, o camisa 10 ou o lateral esquerdo. Todos tinham (e sempre terão) o mesmo valor. Foi um dia maravilhoso. Um dia só nosso. Um dia que só quem viveu tudo isso na infância sabe sentir de verdade.
O gaúcho de Rodeio Bonito, Marcio Bariviera é gerente administrativo do União Frederiquense, clube que disputa a Série A2 do Gauchão, além de assinar uma coluna semanal no jornal O Alto Uruguai, de Frederico Westphalen-RS. Rock e futebol de botão são duas paixões desde a infância (e se puder dar palhetadas ouvindo Led Zeppelin fica time completo).
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