Painel do Mundo
Por Erismar Gomes (02/08/2023)
Estava certo dia conversando com o amigo Jeferson Carvalho, somos ambos apaixonados pelo nosso esporte, o futebol de botão - ele dedicado atualmente ao Mundo Botonista, eu fanático, jogo 12 toques dadinho e vidrilhas (ou tampa como costumam chamar). Mas também temos outra coisa em comum que é jogar videogame. Para ser mais preciso, pelo jogo da EA Sports chamado até 2023 de FIFA - um jogo simulador de futebol.
Tempos atrás, numa troca de mensagens, chegamos à conclusão que o jogo de maior sucesso das plataformas de videogame, guarda muitas semelhanças com o nosso futebol de botão. As coincidências são grandes, parecem até copiadas da nossa cultura botonista.
Para quem não conhece o jogo, permita-me esclarecer: o game tem um modo de jogo (o mais praticado, tanto no Playstation quanto no Xbox), chamado Ultimate Team, em que você pode jogar contra a inteligência artificial ou adversários reais online. Começa-se a temporada do jogo com um time fraco - com poucas ou mesmo nenhuma estrela no seu time, e para se comprar jogadores e montar um time competitivo você precisa de coins (a moeda do jogo). Elas são conquistadas ao se evoluir nas várias competições dentro do game e na medida em que se cumprem algumas missões. É através dessa dinâmica que você vai qualificando seu elenco, trocando as cartas dos jogadores por suas versões "evoluídas" (conforme o desempenho dos mesmos na vida real) e montando um time com estrelas.
Você deve estar aí se perguntando: Ué, mas essa coluna não é sobre futebol de mesa, Erismar? Calma amigo, é sim! Essa explicação acima é só pra quem não conhece ter um parâmetro da comparação que farei a seguir. Vamos lá...
O futebol de mesa e toda a cultura botonista são bem mais antigos que os videogames. No botão a maioria de nós começou com botões de brinquedo e quando descobrimos o modelos vidrilha fomos logo dar um jeito de adquirir esses times - bem melhores que os de brinquedo - olha aí o videogame "copiando" o botão. Depois disso descobrimos os clubes, as entidades e as competições federadas da Confederação Brasileira, aderindo ao futebol de mesa enquanto esporte - de novo o videogame copiou isso criando as ligas e os grandes campeonatos.
Descobrimos, por fim, os botões "profissionais" de acrílico visando a precisão e a competitividade. Outra febre do futebol de mesa é a negociação dos times, palhetas, goleiros, etc. Pois o videogame nos "copiou" a também essa ideia e criou um mercado de trade para adquirir jogadores melhores. Como se não bastasse, no futmesa sempre exercemos a nossa a lúdica escolha dos nossos times - jogando com Neymar e Pelé no mesmo time, por exemplo. Montamos times de estrelas do rock, time de amigos do bairro, montamos nosso time de coração com uma escalação de todos os tempos, e tudo mais que a nossa imaginação sugerir... tudo tudo isso "copiado na cara dura" pelo videogame. Lá também se pode montar times com ídolos do passado e do presente, ou seja, um plágio deslavado (rsrsrs).
Pois é, meus amigos, eis um grande argumento para chamarmos a molecada para o nosso esporte, para virem jogar botão. Vamos falar para os garotos - sabe aquilo que vocês fazem no fifa?... escolher jogadores, montar time competitivo, jogar em várias ligas, etc? - saibam que a gente já fazia isso muito tempos antes de inventarem o Fifa, com a vantagem de fazer amigos (não online) mas de verdade, ali mesmo, na sua frente para jogar, dar boas risadas com os lances mais incríveis e um jogo mais difícil que irá te desafiar bem mais que ficar sentado apertando meia dúzia de botões no controle do console. Aliás... olhem que ironia. Até o videogame tem botões.
Biblioteca de "Doze Giros"
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O corretor de seguros Erismar Ferreira Gomes, 58 é paulista, torcedor do Santos F.C, e um apaixonado pelo futebol de mesa e virtual (no video-game). No Futebol de Mesa tem um rastro indelével tanto no espectro da gestão (tendo sido diretor de departamentos em clubes importantes como Corinthians e Maria Zélia) e presidente da Federação Paulista; quanto na qualidade de atleta - onde ostenta inúmeros títulos, incluindo um bicampeonato Brasileiro por equipes e o título Brasileiro individual em 2005 (ambos na categoria masters). Erismar é uma testemunha privilegiada da história e evolução da regra 12 toques pois não apenas a viu nascer mas participou ativamente da sua história.
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