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MUNDO BOTONISTA

Por Roberto de Lara Rodrigues (01/08/2023)

Repensando o jogo

Todos passamos por um momento em que pensamos em mudar algo. Seja a palheta, time, altura ou grau. A mudança sempre parece ser a razão que falta para melhorar nosso jogo. Por mais variada que essa razão possa ser, o que prevalece é a esperança de melhorar nosso rendimento.


Inegável que um time novo traz uma motivação maior e pode sim trazer evolução no curto prazo, mas é mesmo o melhor negócio? Depois que o time "novo" perde o brilho, o rendimento está maior? Estagnou? Ficou pior? Mudanças sempre são bem vistas em qualquer aspecto da vida. Requerem adaptações, fuga da zona de conforto, paciência, coragem e resiliência.


Nestas duas últimas décadas (sim, mantive minhas medidas por mais de 20 anos), quando adquiri times novos, tomei muito cuidado com a manutenção das medidas, densidade das placas de acrílico, forma e peso dos botões. Tudo para amenizar qualquer diferença e sentir menos dificuldade de adaptação. Mesmo sabendo que é impossível um time sair igual ao outro, quanto mais próximo o time novo ficar do antigo (e ideal), melhor.


Tive muitos times, bem variados em cores, tentando manter o padrão de jogo que alcancei, mas algo mudou. Foi a idade? Foi falta de treino? Foram os problemas? As prioridades mudaram. Não pude mais dedicar meu tempo ao treino e ao jogo tanto quanto gostaria.


Com a vinda das novas bolas e as atualizações do material, senti que perdi rendimento, tive dificuldades para manter o padrão de chute e a preparação para a jogada não está mais perfeita. A passagem de defesa, que antes era automática, agora está mais complicada. E o que dizer quando eventualmente a bolinha dá aquela tombada pro lado? Com grau 20 uma bola mal apontada parece triplicar o peso, não sobe mais, os gols não vêm, a dúvida aumenta.


Em contrapartida, vi muitos atletas, que tinham nível bom, ficarem ótimos, atletas ótimos ficarem excelentes e a evolução dos botonistas chegando ao nosso esporte. Ruim para alguns, bom para outros. Sendo assim, analisando a altura e grau dos adversários, há algum tempo venho considerando a ideia de alterar minhas medidas. Fazer testes para encontrar uma nova medida ideal, que faça com que meus melhores resultados voltem e me deixem satisfeito com minha performance.


Isso não é nada fácil para quem joga há mais de 20 anos com a mesma medida. Não é uma adaptação do dia para noite e nem tenho mais tanto tempo livre para treinar e encontrar a medida perfeita pra mim. Mas acredito que essa será a solução para tentar sempre alcançar o melhor resultado possível, tirando o melhor de mim. 


Como o atual campeão Quinho usou de slogan para o Brasileiro deste ano: "Sempre dá pra melhorar". Mais pesada, a MF Premium, nova bola do fornecedor oficial da CBFM, poderá ser aprovada para o ano de 2024, trará benefícios aos jogadores?

 

Alguns irão gostar e outros irão se adaptar. Alguns preferem bolas pesadas por seu estilo de jogo, outros gostam de bolas mais leves. A tendência será da busca da perfeição e ela só virá com mudanças. Busquem a mudança. Sejam flexíveis. Abram-se a novas experiências. Não pensem que é tarde. A melhor hora para tudo é o agora.


Biblioteca de "Jeito & força"
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Natural de Guarapuava-PR, Roberto de Lara Rodrigues, 43 anos, é bacharel em Educação física e o maior campeão individual de todos os tempos na modalidade 12 toques, tendo conquistado cinco Campeonatos Brasileiros e seis Copas do Brasil individuais. A genialidade e aptidão para as palhetadas vêm de família: Além de ter podido contar sempre com os conselhos do pai, Nilson Rodrigues (maior campeão Brasileiro máster da história), Robertinho tem no primo, Rogério Nascimento (ex-campeão Brasileiro e Mundial) um grande parâmetro e um afiado parceiro de treinos para as grandes competições. Aqui no Portal Mundo Botonista, Rodrigues brinda a comunidade do futebol de mesa com crônicas exclusivas para a coluna Jeito & Força.

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robertinho@mundobotonista.com.br

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