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MUNDO BOTONISTA

Por Luiz Oliveira (20/04/2023)

Cristianos e Ronaldos.

Como citado no último texto dessa coluna, dedicada às angústias da derrota e a tudo que ela traz de ensinamentos, falei da economia de energia a partir de decisões previamente tomadas. O que rende bastante assunto, a começar pela pergunta mais básica: qual decisão eu vou tomar? 


Obviamente essa pergunta vem seguida de várias outras: por que tomar essa decisão? Essa é mesmo a melhor decisão? E se eu tomasse outra decisão agora? Quando percebemos, já estamos perdidos no infinito mundo das perguntas sem respostas. E elas só são sem respostas porque isso depende de cada jogador e seu processo de evolução. A resposta para as nossas próprias perguntas, pasmem, é nossa também. 


Lembrando sempre que corpo e mente fazem parte do mesmo ser humano, portanto, indissociáveis por natureza, é lógico que o jogador que treine diversas formas de jogar esteja mais à vontade para tomar decisões variadas durante uma partida. Abel Ferreira, técnico de futebol, diz em seu livro que “não conhece outra forma de melhorar que não seja treinando”. Eu tendo a concordar. 


Jogar é ótimo, mas é no treino que mora o sentido do jogo na vida do atleta. Podemos discutir por horas se a prática do treinamento cumpre funções ou dá sentido ao que fazemos, que são coisas diferentes, mas absolutamente complementares. Melhorar o chute de longa distância, aumentar o repertório de desenhos de defesa, entre outras coisas, são treinamentos com funções bastante objetivas, mas só a pessoa que acorda todos os dias disposta a fazer isso pode dizer o sentido que tem essas ações diariamente repetidas na vida dela. Sendo um esporte amador, já sabemos que não é ganhar dinheiro. 


Ronaldo foi um gênio em campo, mas detestava o treino. Cristiano é uma máquina de jogar futebol, que não cansa de falar sobre a importância do treinamento para um atleta de alta performance, como ele sempre foi. 


O futebol de mesa é um lugar de amigos, mas a hora do jogo é extremamente solitária, cheia de caminhos individuais, objetivos e histórias pessoais. Na mesa, a maioria perde muito mais do que ganha e o sentido de continuar ali tentando, experimentando e treinando, tem que ser forte demais para seguir em frente. 


Por isso trago aqui um ombro amigo. Continuem seus processos de treinamento, pois, mesmo que pareçam errados ou malucos, eles existem para resolver questões particulares e dizem respeito ao quão mais à vontade vocês estarão para tomar as melhores decisões. E, principalmente, alcançarem aquilo que faz sentido única e exclusivamente a vocês.

Luiz Oliveira é jogador de 12 toques e membro da diretoria do TMJ/SP. É designer, trabalha com tecnologia e se empolga com facilidade ao ver estratégias bem feitas e análises de dados. Palmeirense desde sempre, professor universitário durante 7 anos, baixista e dj por diversão, além de ser um eterno estudante que está sempre atrás de algo novo para se aprofundar..

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luiz_oliveira@mundobotonista.com.br
(011) 98757-0035

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