É um sutil detalhe a determinação de quem posiciona por último, faz a mexida final nos botões, em uma arrumação geral de botões e goleiros. Lembrando que na atual regra, tal arrumação geral ocorre apenas quando da saída de bola ao centro, em inícios de fases de jogo ou após a marcação de gols.
Fazendo uma passagem pela história, a maioria dos botonistas da modalidade 12 Toques sabe que, antes, a arrumação geral acontecia também no tiro de meta, resultante de chute a gol. Nesse caso, os dois botonistas, simultaneamente, arrumavam primeiro os ataques e, a seguir, as defesas. Era quem se defendia, ou seja, o jogador que recebia a investida do executor do tiro de meta, que tinha a regalia de posicionar por último a sua defesa, caso após as arrumações simultâneas, o botonista atacante movesse qualquer peça, inclusive em sua defesa.
No caso da arrumação na saída de bola ao centro, é prerrogativa do jogador responsável pela saída o posicionamento final de sua defesa e de seus três botões no círculo central, em função do posicionamento da defesa adversária, como nos diz o Artigo 24 da versão de março de 2020.
Pode parecer estranho que o atleta a efetuar o ataque, e não o defensor, tenha o direito de fazer a arrumação final de sua defesa, que não deixa de fazer parte da composição de ataque de quem bate o centro. Mas há duas questões que podem justificar tal determinação da regra. Primeiro, diferentemente da arrumação no tiro de meta, quando o ataque era arrumado no campo adversário, na reposição com bola ao centro, toda a formação de ataque, incluindo os botões dos toques iniciais, encontra-se no campo de defesa de quem fará a incursão contra o gol adversário.
O segundo fator a ser considerado é o fato de o jogador da saída, ao tentar se desvencilhar da marcação imposta pelo oponente, fazer a arrumação final de sua defesa dependendo de como os três botões no círculo central executarão a saída de bola, tanto vislumbrando o ataque em si, como na perspectiva de um possível contra-ataque por parte do adversário, caso o intento não seja exitoso, ou seja, o ataque não resulte em gol. Cabe ao botonista que se defende, contra quem será feita a reposição com bola ao centro, apresentar uma disposição tática de seus botões e goleiro, por assim dizer, genérica, ou até mesmo específica, em função das características do oponente, se conhecidas.
As partidas atuais de Futebol de Mesa, em nossa modalidade Bola 12 Toques, têm nas saídas de bola ao centro, mormente em jogos de alto nível, onde o aproveitamento dos atletas é grande, o desenvolvimento de praticamente todo o embate. São decisivas, portanto, as definições táticas de posicionamento de defesas, assim como as técnicas dos botonistas para sobrepujar tais defesas e, claro, a eficiência dos arremates a gol.