Painel do Mundo
Pense num incentivador.
Agora em um torcedor. Pense também em um companheiro.
E que sempre está presente, bom de papo, com risada fácil, amigo, simples, trabalhador.
Por último pense num herói e que a pessoa que reúne todas essas qualidades juntas, entre outras, é seu avô! E que ele ainda jogava futebol de botão com você!
Quem teve esse privilégio foi Rhaniery Jardim, inúmeras vezes campeão carioca e brasileiro nas categorias de base e, hoje, grande atleta nacional da categoria adulto. “Seu Édson”, de 82 anos, o avô de Rhany nos deixou neste 13 de abril, após lutar bravamente por quase dois meses internado, por um AVC isquêmico extenso do lado esquerdo do cérebro.
As primeiras palhetadas fora de casa foram num quiosque de futebol de mesa localizado na Penha, subúrbio do Rio de Janeiro. Era muito comum ver o “Seu Édson” assistindo seu neto jogando quando ele ainda tinha uns 8 anos de idade e mal alcançava a mesa. Todos já sabiam ali o craque que Rhaniery seria.
O menino crescia, se federou e ali estava o incansável “Seu Édson” levando seu neto para treinar no Olaria, no Mackenzie, na AABB, no Clube dos 500 e às segundas-feiras de noite em São Januário, no Vasco, time pra que torce o Rhaniery. E pra quem não sabe, o “Seu Édson” era tricolor de coração.
Depois vieram os campeonatos pela cidade do Rio, em Duque de Caxias, Petrópolis, Nova Friburgo e ambos sempre presentes. Os títulos começaram a aparecer e foi hora de começar a alçar voos mais altos e viajar pra São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais. E lá estavam sempre juntos: Rhaniery, seu avô Edson e sua Mãe Marcia.
Quem costumava acompanhar os campeonatos brasileiros das categorias de base, podia ver ali “Seu Édson” vendo atentamente seu neto jogando, torcendo, sofrendo, vibrando com cada jogada, cada gol e diversos títulos. E, juntos, no pódio para aquela foto! O pessoal do Rio de Janeiro já estava acostumado a ver estas cenas em todos os campeonatos locais. “Seu Édson” fazia de tudo para que seu neto pudesse jogar todas as competições, sejam aonde fossem. Não existia razão nas coisas feitas pelo coração.
“Seu Édson” jogava também hein pra quem não sabe!! Foi filiado em alguns clubes do Rio de Janeiro e jogava inúmeras partidas com Rhaniery, principalmente antes das competições mais importantes. Chegou a fundar uma Associação de um colégio em Brás de Pina, bairro onde moravam. Sem dúvidas, viveram grande histórias que ficarão pra sempre guardadas na memória desses dois grandes campeões.
Esta é a homenagem do Canal Mundo Botonista a Edson Jardim e família. As saudades serão eternas!
“Quem um dia irá dizer que não existe razão
Nas coisas feitas pelo coração
E quem me irá dizer que não existe razão.”
Renato Russo