Painel do Mundo
Olá amigos, continuando nossa viagem, estamos em 1984, ano da criação da Regra 12 Toques. Já vimos a importância da refundação da Federação Paulista de Futebol de Mesa, em 1983, que foi regularizada e passou a gerir definitivamente o esporte no estado de São Paulo, tendo a prerrogativa da regra do jogo. Mas, antes, um fato que nos leva um pouquinho para trás, algo relevante para a nossa história.
Voltemos a 1982, neste ano a gestão das competições em São Paulo estava a cargo do COFI (Conselho de Organização e Fiscalização das Integrações), criado em 1979 para suprir a inatividade da FPFM. Esse Conselho já começava a esboçar uma tentativa de mudança na Regra Paulista.
Com a colaboração do Blog Velhinhos do Botão, encontramos uma relíquia publicada no Jornal A Gazeta Esportiva, importante jornal de esportes da década de 80, focado, mais de 80%, no futebol. Era uma matéria sobre futebol de mesa que tratava da tentativa de mudar a regra. Foi chamada regra de limite de toques. O botonista tinha direito a 12 toques na bola se a sua posse de bola começasse na defesa e a 8 toques se sua posse de bola começasse no ataque.
Veja que toda saída de bola no círculo central era considerada início de jogada no ataque, portanto, o botonista, ao dar a saída no primeiro ou segundo tempo, ou após sofrer um gol, teria direito a somente 8 toques. Após um chute a gol, se a bolinha batesse na trave ou em um jogador do time que chutou e ficasse no campo de jogo, o botonista teria mais 8 toques ou mais 12 toques se a bola estivesse, respectivamente, no ataque ou na defesa de quem chutou.
Essas alterações, usadas em um único torneio, foram reprovadas. Todas as competições seguiram sem limite de toques. Era o “leva leva”, como muitos conheciam. Após esse pequeno regresso no tempo para elucidar que houve uma tentativa frustrada de alteração, um pouco antes da criação da 12 Toques, voltemos a 1984, onde finalmente foi criada a Regra 12 Toques.
O então Presidente da FPFM, Antonio Maria Della Torre, monta uma equipe de botonistas encarregados da elaboração de um estudo e criação de uma nova regra para o esporte. São eles, Harutiun Muradian, o Mura, do Grêmio Paulista, Rafael Domingos Barricelli, o Lito, do Colégio São Judas Tadeu, ambos ainda na ativa, graças a Deus, e os botonistas Helton Barbuto, o Helton, do Canadá Clube, e Hideo Ue Filho, o Hideo, do Clube Paulistano. Helton parou de jogar ainda nos anos 80, Hideo parou um tempo, voltou no master do Cisplatina e parou novamente após a partida do saudoso professor De Franco.
Essa equipe composta por esses 4 notáveis botonistas fez inúmeras reuniões, a maioria na casa do Lito, fazendo testes na mesa a cada ideia surgida e assim foi se criando a Regra 12 Toques. Na próxima coluna trarei os detalhes. Por que 12 toques? Por que não 8 ou 14? E, ainda, as outras mudanças. No nosso próximo encontro, não percam, espero vocês.
O corretor de seguros Erismar Ferreira Gomes, 58 é paulista, torcedor do Santos F.C, e um apaixonado pelo futebol de mesa e virtual (no video-game). No Futebol de Mesa tem um rastro indelével tanto no espectro da gestão (tendo sido diretor de departamentos em clubes importantes como Corinthians e Maria Zélia) e presidente da Federação Paulista; quanto na qualidade de atleta - onde ostenta inúmeros títulos, incluindo um bicampeonato Brasileiro por equipes e o título Brasileiro individual em 2005 (ambos na categoria masters). Erismar é uma testemunha privilegiada da história e evolução da regra 12 toques pois não apenas a viu nascer mas participou ativamente da sua história.
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