Pena que tudo isso era só sonho.

Um sábado desses, desci para passear com a Pankeca, minha cachorrinha york, a alegria da casa, aliás, recomendo, adote um pet, isso vai mudar sua vida. Estava esperando o elevador, que demorava um pouco, confesso, isso me causava certa irritação. Quando chegou, uma surpresa, dentro do elevador, 5 crianças que não deviam ter mais que 10 anos, dois traziam seus Estrelões debaixo do braço, iam jogar botão. Isso me deixou um pouco saudoso, lembrei a época que morava no Ipiranga, botão era a diversão preferida da meninada, fazíamos campeonatos intermináveis. 

Como era difícil ganhar do Irineu, pai do Guilherme, meu amigo, ele tinha um time de vidro de relógio que era um inferno. Voltando ao sábado, a molecada aqui do prédio se encontrava no saguão, tinha uns 15, que coisa linda, cada um com seu time, a tabela era feita em um velho caderno, quem se deu mal foi a Pankeca, adiei o passeio e fui jogar com a molecada, um sábado incrível, seria ainda mais incrível se isso tudo não fosse só sonho.

Acordei triste, lembrei o dia que desci com minha caixa de botões para ir a algum torneio e um garoto perguntou o que era aquilo, mostrei para ele, falei sobre futebol de mesa, ele, coitado, não sabia do que se tratava. A culpa de tudo isso é nossa, não me venham falar de video game, sempre tive video game, mas o botão sempre foi meu brinquedo predileto e sabe por quê? Porque ganhava dos meus pais, do meu tio. 

A criança terá mais chance de ser um botonista, uma botonista, se tiver brincado de botão, então, a obrigação é nossa. Presenteie sua criança com botões, com Estrelões, incentive a brincadeira. Assim, você vai plantar uma semente que fará nosso esporte mais forte.