Painel do Mundo
Por Carlos Cláudio Castro (10/07/2024)
Futebol de Mesa, reconhecido oficialmente como esporte, pelo CND, entidade responsável à época, desde o final dos anos 80, tem peculiaridades intrigantes. Primeiro, a variedade de regras praticadas, no Brasil e no mundo. Depois, a própria denominação, Futebol de Mesa e não, Futebol de Botão.
O que um dia foi um sonho de uma regra oficial única, rapidamente tornou-se uma constatação óbvia de impossibilidade, tamanhas eram as diferenças, notadamente de materiais utilizados, entre as várias práticas Brasil afora e, agora mais percebido, mundo afora.
O que de início eram três regras, 12 Toques, antiga paulista, 3 Toques, antes carioca e 1 Toque, que fora baiana, hoje são sete regras oficiais adotadas pela Confederação Brasileira de Futebol de Mesa, com a inclusão das internacionais Sectorball, Chapas e Subbuteo, além do tradicional Dadinho, de origem carioca.
Interessante perceber a ausência da Pastilha nessa lista. Acho que a grande maioria dos botonistas que começaram a jogar botão antes dos anos 90 utilizaram a pastilha em um primeiro contato com o jogo e justamente a regra que tem a pastilha como “bola” não é, ainda, oficializada. Muitas outras são desenvolvidas regionalmente, à margem de regulamentações, o que nem um pouco incomoda seus praticantes.
Apesar das diferenças gritantes entre as diversas maneiras de jogar, aqui e acolá percebemos as interseções entre as regras. Muito comuns são as discussões e sugestões para incorporação de alguns preceitos de uma determinada regra para outra, vide a frequente demanda de alguns botonistas para que sejam adotados alguns movimentos de colocações de botões no Dadinho, para a 12 Toques.
A oficialização, pela CBFM, das regras internacionais foi uma forma de se internacionalizar a nossa 12 toques, numa espécie de permuta. Por conta disso, viabilizou-se a realização dos campeonatos mundiais de Futebol de Mesa, 12 Toques.
Por fim, um breve comentário sobre o nome do esporte, Futebol de Mesa. Passei muito tempo achando que futebol de mesa dava uma conotação maior de seriedade que futebol de botão. A maturidade me fez refletir e ter orgulho de ser jogador de botão, praticar futebol de botão, afinal, somos ou não botonistas?
E você, caro leitor, o que acha disso? O quanto é interessante ou não a presença de tantas regras? E o Futebol de Mesa, deveria ser denominado Futebol de Botão? Queremos saber suas opiniões. Encontro vocês aqui, brevemente, na próxima coluna.
Abraço fraterno!
O cearense Carlos Cláudio Alencar de Castro é médico neonatologista, adepto do lema “a arte torna a vida suportável”, fanático torcedor do "Vozão" (Ceará Sporting Club) do qual é membro efetivo do conselho deliberativo. Carlos é um estudioso do Futebol de Mesa, membro do Comitê Gestor das Regras 12 Toques da CBFM e responsável direto por levar a modalidade 12 toques para o estado do Ceará.
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