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Planeta Dadinho

Por Alysson Cardinali (18/08/2023)

Fluminense faz história no Brasileiro de Clubes Dadinho

O Dia da Redenção chegou. Foram 13 anos batendo na trave, mas o Fluminense, finalmente, soltou o grito de campeão e conquistou o troféu que faltava em sua vasta galeria no departamento de futebol de mesa: após 16 vitórias, dois empates e duas derrotas, o Tricolor celebrou o inédito título da Série Ouro no Campeonato Brasileiro Interclubes de Equipes, com direito a fortes emoções, sábado e domingo (5 e 6/8), no Grajaú Tênis Clube. Com a façanha, tornou-se o único clube a ter todas as taças na modalidade dadinho — Estadual, Rio-São Paulo e Copa Rio, além do Brasileiro. Tal glória eternizou na história os botonistas Paulo Quartarone, Rodrigo Bandini, Alexandre Aires, Gilberto Almeida, Marco Aurélio e Cláudio Jr, além do técnico e capitão Marcelo Mendes, que ofereceram a conquista a José Alexandre, um dos ícones do esporte e que nos deixou em 2021, vítima da Covid-19.


“É tanta gente para ser citada, pessoas que contribuíram para que existisse a prática do esporte no clube, pessoas que já partiram para outro plano e que nos defendiam com unhas e dentes. Mas uma pessoa será lembrada e representará a todas: José Alexandre, sua medalha está separada. Esse título é muito seu também e tenho certeza que você sabe o que se passou no Grajaú Tênis Clube. Você assistiu do céu e está muito feliz”, disse, emocionado, Paulinho Quartarone: “Não tenho palavras para descrever o quanto foi sensacional ser campeão mais uma vez com meus amigos”, acrescentou o gênio das mesas, após a maratona de jogos em uma competição que reuniu 40 equipes de todo o Brasil.

Homenagens à parte, o Fluminense teve que suar a camisa para chegar à Série Ouro. Após seis vitórias e um empate nas rodadas da primeira classificatória de sábado pela manhã, o Tricolor, à tarde, após quatro confrontos, estava em quinto lugar no Grupo B e teria pela frente três adversários difíceis: River A, Botafogo A e America A. Para piorar, no intervalo do duelo contra o River A, na sétima rodada, perdia por 2 a 0, no intervalo dos quatro jogos simultâneos, mas conseguiu a virada na segunda etapa, em um tem-chute, e venceu por 2 a 1. Foi a senha para que a equipe se agigantasse e, determinada, partisse com tudo rumo à conquista. 

“Ali foi a nossa grande virada. Tanto que, no domingo, ganhamos do Botafogo, garantimos a classificação à Série Ouro e começamos a fase final com muita força, batendo America A e Flamengo A”, diz Paulinho. Na fase final, aliás, o Fluminense venceu todos os jogos do octogonal, tendo também como adversários Flamengo B, Vasco A, Botafogo, Corinthians e River. O título foi garantido com uma rodada de antecedência, na vitória por 2 a 1 sobre o alvinegro paulista. “Entramos na fase final e decidimos: ‘vamos jogo a jogo’. Ganhávamos e nos reuníamos, avisando, ‘faltam quatro, faltam três, faltam dois’... Foi assim até a última rodada, quando já havíamos sido campeões por antecipação. Mas atuamos com dignidade para ganhar também. Batemos o River e vencemos as sete partidas da Série Ouro. Foi uma sensação indescritível. Fomos crescendo e nos fortalecendo ao longo da competição”, frisa Quartarone.

Os duelos pelo vice-campeonato do Brasileiro Interclubes de Equipes também foram emocionantes. Após as sete rodadas da Série Ouro, o America A somou 13 pontos ganhos, oito atrás do líder Fluminense, que chegou aos 21, mas o suficiente para superar o River A (com 12) e o Vasco A (com 11), que fecharam o pódio da principal série da competição. O Gigante da Colina, aliás, também fez bela homenagem a Jorge Ferraz, ex-atleta cruzmaltino, que faleceu há duas semanas — a equipe atuou com uma tarja preta sobre o escudo da camisa. Flamengo A, em quinto lugar; Flamengo B, em sexto; Botafogo A, em sétimo; e Corinthians, em oitavo; fecharam a classificação. 


Uma prova da categoria e da coesão dos Guerreiros Tricolores rumo ao inédito título do Brasileiro Interclubes foi observada na Série Ouro. Dos 28 jogos da equipe nesta fase final, o Fluminense obteve 25 vitórias e apenas três derrotas - duas com Aires e uma com Quartarone. Bandini e Gil não sofreram derrotas. Talento e união na busca pelo troféu.

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Nascido em Nova Friburgo (RJ), mas morando há 30 anos na cidade do Rio de Janeiro, o jornalista esportivo Alysson Cardinali, com passagens pelos jornais O Fluminense, Jornal dos Sports, O Dia e Expresso (Infoglobo), revistas Placar e Invicto, além do canal SporTV, é um apaixonado não só pela profissão, mas pelo futebol de botão. Praticante da modalidade dadinho, Alysson, de 51 anos, é atleta federado, pelo Fluminense Football Club, na Federação de Futebol de Mesa do Rio de Janeiro (Fefumerj) e, além de disputar as competições oficiais pelo Brasil, pretende divulgar o esporte e angariar cada vez mais praticantes para perpetuar o futebol de botão entre as futuras gerações.

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cardinali@mundobotonista.com.br

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