Painel do Mundo
Por Luiz Oliveira (21/03/2022)
Tudo começa em 2009. Encontrei o clube Nacional/SP de portas abertas para um iniciante no futebol de mesa e por lá permaneci por alguns meses, até que o trabalho dominasse o pouco tempo que ainda me restava fora dele.
Saltamos exatos 10 anos. Alguns amigos do extinto Nacional tinham formado o TMJ e decidi voltar a jogar, desta vez, federado. Para terminar este prefácio, permita-me apresentar:
Eu sou o Luiz Gustavo, jogador do TMJ/SP. Um jogador que perde muito mais do que ganha.
Esta coluna que inicio aqui, é dedicada ao insucesso, a perda, o revés. Foi inspirada pela série "Losers: Ganhar e Perder", que conta história de perdedores e o valor que existe em não ser vitorioso. Talvez escrever sobre o assunto seja uma boa maneira de lidar com as decepções e os aprendizados que só estão contidos nas derrotas.
Aqui vou contar um pouco da trajetória de um jogador que treina, estuda, analisa, conversa e vive o esporte, ao mesmo tempo, alguém que coleciona desastres semanalmente.
Como todo homem nascido nos anos 80, tenho a competição como parte da vida. Porém, desde muito cedo entendi que qualquer sucesso que tivesse não seria exposto e nem motivo de orgulho. Ganhar coloca a gente num lugar de destaque e, quase sempre, gera disputas paralelas as quais você não escolheu estar. Com isso, restava ao pequeno ganhador a decepção da falta de reconhecimento, a angústia de nem saber se tinha sido tão bom assim e, consequentemente, a fuga das disputas.
Sempre fui grande fã de quase todos os esportes, principalmente aqueles que tinham a precisão como objetivo. Não entrava na minha cabeça o fato de um atleta ser capaz de estar firme sob pressão e, mesmo com todo o peso, jogar milimetricamente o seu jogo para ganhar. Isso me encanta e me assusta.
Aos 40 anos eu quero conhecer o Luiz competidor e esse é o objetivo que me traz ao futebol de mesa. O que será que esse jogador é capaz de fazer para vencer as pressões externas e internas mantendo a precisão e o equilíbrio? Será que um dia o Luiz vai ser como os atletas que admira ver jogando? Será que um dia ele vai ser um vencedor?
Por enquanto o que ele mais tem a analisar são as derrotas. Então, a coluna Loser (perdedor, em inglês) vem para ser o primeiro lugar de destaque desse jogador no futebol de mesa. E sim, está baseado no fracasso, no aprendizado e, principalmente, na vergonha. Já diria Nelson Rodrigues, o problema não é o tapa, é o barulho.
Luiz Oliveira é jogador de 12 toques e designer, trabalha com tecnologia e se empolga com facilidade ao ver estratégias bem feitas e análises de dados. Palmeirense desde sempre, professor universitário durante 7 anos, baixista e DJ por diversão, além de ser um eterno estudante que está sempre atrás de algo novo para se aprofundar..
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