Painel do Mundo
Por José Carlos Cavalheiro (17/11/2021)
Parece ser lugar comum afirmar que o advento das redes sociais revolucionou o mundo da comunicação. Nós, botonistas, somos um grupo social específico, inserido em um universo de outros grupos que utilizam as redes sociais para interagirmos. No mundo de hoje, a distância entre os participantes do nosso meio deixou de ser um fator impeditivo para nos relacionarmos, tudo isso possibilitado pela evolução tecnológica das redes de computadores, que permite que o contato seja, basicamente, instantâneo, devido às grandes velocidades de transmissão de dados.
Temos, no nosso universo, grandes iniciativas, particulares e institucionais, de divulgação do nosso esporte, entre as quais a Plataforma Mundo Botonista se destaca pela sua excelência, abrangência de temas e modalidades alcançadas. Para tanto, todos esses divulgadores utilizam recursos que há 25 anos não estavam disponíveis, como o WhatsApp, Telegram, Facebook, Instagram, Twitter, Twitch, Youtube, Spotify, entre outros, sem mencionar as plataformas de streaming, que permitem a transmissão ao vivo de jogos e de debates. Tais recursos não existiam quando a maioria de nós começou no esporte.
Entretanto, essa imensa gama de recursos ainda não fez com que a divulgação do futebol de mesa ultrapassasse as paredes do nosso limitado mundo e trouxesse mais adeptos para a prática oficial do esporte. O trabalho de quem se dedica à divulgação do futebol de mesa é ainda, na grande maioria das vezes, praticado por abnegados, que não são profissionais de comunicação. Eles fazem o melhor que podem, dentro de suas limitações de recursos e tempo.
Por outro lado, o botonista que utiliza individualmente suas redes sociais para divulgar o futebol de mesa, muitas vezes, destrói o ineditismo de uma notícia. Ele fica contente, por exemplo, em anunciar que foi o quinto colocado em uma competição, atrás apenas de A, B, C e D. Pronto, o ineditismo da informação foi para o ralo, estragando o trabalho de um meio mais organizado. Sendo assim, a falta de coordenação sobre o que vai ser publicado prejudica quem se dedica a um trabalho mais sério de informação sobre o esporte. Não discuto o direito à livre expressão, mas a sua utilidade.
O falecido filósofo italiano Umberto Eco disse, em 2015, uma frase muito forte em relação a alguns usuários das redes sociais que não será aqui reproduzida por respeito e por eu não concordar inteiramente com ela. Entretanto, confesso que tenho me assustado muito com algumas visões sobre o esporte, sustentadas por argumentos fracos e raciocínios errados com aparência de verdadeiros. Como disse um candidato presidencial, “a democracia é uma delícia, uma beleza, mas ela tem certos custos”.
Essa coluna encerra, para mim, o ano de 2021. Me despeço dos leitores, agradecendo a paciência de tolerarem meus posicionamentos, que nem nem sempre são os mesmos da maior parte dos participantes do meio botonista. Desejo a todos muito sucesso nos seus projetos pessoais e espero revê-los em 2022.
Formado em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, José Carlos Marques Cavalheiro, nasceu na capital carioca no ano de 1962. Foi atleta de futebol de mesa na modalidade Bola 12 Toques de 1998 a 2005, quando foi viver em diferentes lugares: São Paulo, Paris, Jundiaí e Bogotá, onde atualmente reside. É o responsável pelo site da FEFUMERJ desde dezembro de 2004. Atualmente exerce o cargo de Diretor de Comunicação da entidade.
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