Painel do Mundo
Por Marco D´Amore (03/11/2024)
Choram Marias e Clarices nas mesas do meu Brasil? #sqn. Choram Mários e Claricios? #sqn menos ainda. Onde estão nossas mulheres do futebol de mesa: Helenas, Carols, Julias? A última não pode esse mês, a outra parou há pouco tempo, e a primeira há mais tempo. Se depender do choro de Marios e Claricios, não jogarão. Se depender desses marcos e tão marcantes traços de masculinidade do nosso esporte e tão machistas quanto eu, ou quanto você que lê esse texto - e que até pode tentar, em vão, se achar não machista, mas sim, é muito. O mundo é! O futebol de mesa não é de outro planeta. Também é. Passamos mais um outubro sem Rosas. Sem Claras. Negro! As escuras do mínimo de feminilidade em um esporte diferenciado justamente porque a menina de sete anos pode jogar contra o senhor de 77.
Será que é sonhar muito alto acreditar no crescimento rápido no número de mulheres jogando futebol de mesa? Por que não, se até o Yuri Alberto começou a fazer gols de repente? Então, é possível sim. E por falar em YA, na saída após nosso último jogo de equipes do Dalmácia, lá no Corinthians, havia uma grande movimentação de pedidos de autógrafos e eu não entendi muito por pura ignorância: uma mulher cercada por inúmeros fãs. Ela, provavelmente, craque do time de futebol (e talvez da seleção), idolatrada por crianças e mulheres que se aproximam do futebol muito mais atualmente do que em outras épocas. É mais uma chance do nosso esporte, pois tantos falam que a paixão pelas mesas vem do campo. Essa evolução e maior divulgação do futebol feminino pode trazer novas botonistas.
Entretanto, é só mais um caminho, pois muitas mulheres adoram o futebol, e faz tempo! Basta! Para que elas venham, bastaria mais receptividade nos nossos espaços, com mais carinho e promovendo eventos com o maior numero de participação das meninas, e entre elas também, como já vem sendo feito com a categoria Sub18. A garotada está nos mostrando o significado de respeito e as representantes do belo sexo, além de reforçarem tal conceito, vão nos mostrar o real sentido da palavra carinho, e paula tina mentes, aumentar o colorido dos torneios, com suas inatas aquarelas.
Convidem as suas mulheres, esposas, filhas, netas, avós a acompanharem os jogos. Vocês todas venham! Para que em breve o novembro não seja só azul (seja dez, hein, brô?!), e o rio, de janeiro, fevereiro e março fluirá também abril, maio, junho, julho, não só a gosto de Deus, mas agosto de todos, setembro vivo e amarelo, brilhando continuamente tanto quanto a central estrela, láctea, mãe da realeza, divina e graciosa, enfim, da santa natureza todo resplendor.
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Marco Aurélio D’Amore nasceu em 1975 em Sta. Bárbara d’Oeste, é formado em Engenharia Civil, com pós em Produção, é um eterno entusiasta da Gestão de Projetos. Joga botão desde 1979 e é federado desde 2017, quando foi batizado Marco Butantã em homenagem ao Grêmio de mesmo nome. Ama o “Botonismo”, mas a briga pelo 1º lugar é boa com a Música! “Mil tons” à parte, gosta de missões bem difíceis, como apresentar o contradito e desafiar as obviedades discursivas. Como cronista da coluna "O rei está nu" Marco quer ser a voz de todos aqueles que se preocupam com a renovação do futebol de mesa em todo território nacional - divulgando as melhores iniciativas de reintegração de atletas e formação de novos adeptos.
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damore@mundobotonista.com.br