Painel do Mundo
Por Marco D´Amore (25/08/2024)
Quem dera eu, longe de ser um Machado ou um Vina Véio, véio, para poder escrever sobre pais, Mas ousarei, afinal de contas, quem não arrisca não petisca. E também porque essa é uma homenagem ao meu e a todos os pais que tiveram o privilégio de ser, são e são privilegiados filhos de pais tão presentes.
Aqui apresento, Miguel Ângelo D'Amore, meu pai, sempre sorridente, exigente muitas vezes, e a marca registrada, generoso. Partiu há três anos e meio de corpo, mas d'alma está aqui, profundamente dentro de mim. E porque não dizer de corpo também em mim? No tom, nos tons, nos semitons musicais de cada nota que tocamos juntos. Ele estava tão presente dentro de mim que - opa! - ainda está!!!, não são todos os lances, mas em boa parte tento replicar seus ensinamentos, suas dicas e, ir além, aprimorar algo aqui, outro acolá.
E quando eu virei pai pensava se isso também teria o mesmo efeito. Simultaneamente, imaginava que é de cada um, é claro, e ficava mais confuso. Porém, comparecia nas competições - e até treinos - de natação, judô, handebol que meus filhos - Paulinho e Aninha - participaram até seus 17 anos. E meu jeito competitivo, às vezes, passava dos limites de só assistir e mostrar presença afetiva e apoio irrestrito. A agonia e a angústia, queriam entrar em campo, pular na água e, não poucas vezes, eu me via em um quase
o-soto-gari comigo mesmo na arquibancada, ao lado de pais calmos batendo papo, e as naturais palmas. E a todos!
Findo essa crônica por aqui para informar aos nossos filhos, pais, mães, vovôs e vovôs, que acompanham nossos mini atletas do futebol de mesa, que sempre será natural qualquer ação talvez mais intempestiva, por mais inadequada que possa parecer, é própria de quem está ali participativo de todo coração, com amor e espírito de vários eventos anteriores, carregados da mesma atenção e tensão de ora. Por hora, vez e mês, é isso. Ah, ainda não, pai, muito obrigado! Te amo!
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Marco Aurélio D’Amore nasceu em 1975 em Sta. Bárbara d’Oeste, é formado em Engenharia Civil, com pós em Produção, é um eterno entusiasta da Gestão de Projetos. Joga botão desde 1979 e é federado desde 2017, quando foi batizado Marco Butantã em homenagem ao Grêmio de mesmo nome. Ama o “Botonismo”, mas a briga pelo 1º lugar é boa com a Música! “Mil tons” à parte, gosta de missões bem difíceis, como apresentar o contradito e desafiar as obviedades discursivas. Como cronista da coluna "O rei está nu" Marco quer ser a voz de todos aqueles que se preocupam com a renovação do futebol de mesa em todo território nacional - divulgando as melhores iniciativas de reintegração de atletas e formação de novos adeptos.
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damore@mundobotonista.com.br