Painel do Mundo
Por: Jonnilson Passos em 24/08/2024
Bem, amigos do Mundo Botonista, vejam o que a vida nos demonstra através dos estudos científicos. Nesta edição, iremos passear por um trabalho que propõe uma interdisciplinaridade latente. Trata-se de um estudo que coloca a Educação Física como elemento principal, mas utiliza jogos e outros elementos lúdicos para se tornar mais abrangente. O autor Osmar Moreira de Souza Júnior destaca, em seu artigo publicado na revista de Educação Física Motriz, “Refletindo sobre a tematização do futebol na Educação Física escolar”, a necessidade de uma mudança na estrutura da organização dos conteúdos dentro do currículo escolar no ensino da Educação Física, que busca dar aos alunos práticas mais sustentáveis de cidadania e fortalecimento de sua autonomia. Para tanto, utiliza diversas estratégias, que vão desde o uso das relações com a arte, sua história e o contexto do futebol feminino, até o que há de mais moderno: a gamificação, com o uso de jogos da cultura popular relacionados ao futebol. Com o devido aprofundamento por meio do futebol de tampinhas e do futebol de botão, incluindo aprendizagens ativas, como a construção de regras, a interpretação de competições e a valorização da cultura popular. O referido trabalho é um passeio em busca da inclusão e da inovação do ensino da educação física escola.
No contexto da Educação Física escolar, o futebol de botão emerge como um elo poderoso entre o passado e o presente, representando mais do que um simples jogo. Segundo o pesquisador Osmar Moreira de Souza Júnior, é fundamental diversificar os conteúdos das aulas de Educação Física, indo além dos esportes tradicionais. Nesse sentido, o futebol de botão desempenha um papel vital, permitindo que os alunos explorem a rica tradição lúdica ao mesmo tempo em que aprendem a construir regras e entender a organização de torneios. Souza Júnior propõe que essa prática seja enriquecida através da pesquisa, onde os alunos entrevistam pessoas mais velhas para resgatar as regras e práticas do futebol de botão e do jogo de tampinhas. Esse processo não só revitaliza tradições culturais, mas também promove a construção coletiva de manuais, fortalecendo o senso de comunidade. Ao valorizar o futebol de botão, a Educação Física torna-se mais inclusiva e abrangente, integrando aspectos conceituais e atitudinais ao ensino, e proporcionando um aprendizado que vai além da atividade física.
Qual botonista nunca se perguntou, sob a seguinte perspectiva: “O Futebol de Botão é jogo ou é esporte?” Daí vêm diversos dilemas e, assim sendo, diversas interpretações. Eu mesmo, curiosamente, já indaguei meu irmão Tarcísio Passos, professor de Educação Física, sobre as possíveis diferenças entre esporte e jogo. Ele prontamente me disse: “Quanto às regras, o jogo é flexível, o esporte não. Mas ambos as possuem". Seguir, então, todas as regras já homologadas, fiscalizadas e propostas por suas confederações, além de tê-las na forma da lei já aprovadas, é uma obrigação dos esportes em geral. Se você joga sua regra regional, você joga (pratica) Futebol de Botão na sua rua, bairro ou estado. Mas, se você pratica as regras que foram adotadas após o reconhecimento do esporte pela Resolução N.º 14, de 29 de setembro de 1988, acatando o Of. N.º 542/88 e o Processo N.º 23005.000885/87-18, baseado na Lei N.º 6.251, de 8 de outubro de 1975, e no Decreto N.º 80.228, de 25 de agosto de 1977, assinada pelo então Conselheiro Presidente Manoel José Gomes Tubino, o CND (Conselho Nacional de Desportos), você pratica (joga) Futebol de Mesa, o que se joga com botões também, pasmem, colegas!
Fica claro que esse mesmo artigo, reconhece o Futebol de Mesa como modalidade desportiva praticada no Brasil e como uma vertente dos esportes de salão, nos quais se incluem o xadrez e o bilhar, por exemplo. Destacamos aqui que, independentemente de ser Futebol no jogo “Futebol de Botão” ou Futebol no esporte “Futebol de Mesa”, todos os benefícios da prática são alcançados, pois nosso prazer é jogar e compartilhar esse grande momento do futebol, independentemente dos gols, com os amigos e amantes do futebol em geral. Afinal, fazendo uma pequena analogia, pergunto: Jogar Ping Pong ou Tênis de Mesa, para amadores, faz alguma diferença no prazer do jogo?
No mais, espero que gostem do artigo e da generosidade que a interdisciplinaridade na pesquisa propõe. O autor Osmar Moreira de Souza Júnior lança luz sobre a Educação Física como um campo que pode e deve ir além dos esportes tradicionais, promovendo inclusão e inovação. Ao resgatar o futebol de botão e outros jogos da cultura popular, ele demonstra como a pesquisa qualitativa, envolvendo alunos e suas comunidades, pode revitalizar práticas esquecidas. Assim, Souza Júnior enriquece o currículo escolar, transformando a Educação Física em uma ferramenta de preservação cultural e inclusão social, onde cada aluno encontra seu espaço e valor. Portanto amigos, respeitemos as regras locais, pois é de lá que saem os grandes craques das regras oficiais, assim como o campo de várzea revela craques que lotam estádios que depois são consolidados nos gramados do Brasil e do Mundo.
Viva o Botão, viva o Futebol e viva a pesquisa.
Biblioteca de "Botão com Ciência"
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Jonnilson Nogueira dos Passos, um apaixonado pelo Futebol de Botão e um talentoso Mestrando em Educação pela UFMA é também, Contador, Gestor Público, Professor, supervisor e tutor em EaD destacando-se na formação de tutores e formadores de diversas disciplinas a distância. O comprometimento do maranhense com o esporte vai além das competições; ele acredita no potencial do Futebol de Botão como objeto de estudo e pesquisa, com ênfase em sua história, impacto cultural e aspectos técnicos. No portal Mundo Botonista, o educador aceitou o desafio de explorar as fascinantes relações entre o Futebol de Botão e as Pesquisas Científicas no Brasil assinando a coluna Botão com ciência.
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