Quando a Seleção Brasileira virou o XV de Jaú.

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MUNDO BOTONISTA

Por Márcio Bariviera (26/04/2020)

Quando a Seleção Brasileira virou o XV de Jaú.

Tenho uma simpatia muito grande pelo XV de Jaú. Aí você vai perguntar como que um cara que mora no interior do Rio Grande do Sul, que deveria ser gremista ou colorado e esquecer o resto, tem carinho por um time do interior de São Paulo? Eu explico: por causa do futebol de botão.

No já distante 1984, quando eu tinha oito anos, meu pai, que Deus o tenha, chegou em casa numa tardinha com mais um time de botão para a minha coleção. Disse ele, na época, que como eu ainda não tinha a Seleção Brasileira, meu presente estava sendo ela. Trazendo para os dias atuais, aquilo foi uma espécie de “like”, coração acelerou e peguei firme aquele pacote de presente como um goleiro que agarra a bola do jogo aos 50 minutos do segundo tempo.

Porém, ao abrir o pacote, a decepção. Não era a Seleção Brasileira. Sim, você já deve estar imaginando: era o XV de Jaú. Mostrei ao meu pai aquele time em acrílico e ele ficou todo sem jeito, justificando que comprou meio que na pressa, observando ser um time amarelo e verde, e que iria trocar.

Naquela mesma noite, antes de ir dormir, resolvi abrir novamente a caixinha, fiquei contemplando aquele time e tomei a decisão: o “Quinzão” ficaria comigo. A partir daquele momento minha simpatia pelo Galo da Comarca só aumentou e, desde então, mesmo de longe, comecei a acompanhar o clube pelas suas mais diversas pelejas.

Recentemente retomei o botonismo. Se essa pandemia trouxe algo de bom na minha vida foi isso. Adquiri uma mesa nova, repaginei meus Gullivers e desenferrujei não apenas minhas palhetas, mas minhas palhetadas. E meu XV de Jaú, hoje em nova versão, fez o jogo inaugural. Perdeu por 2 a 0, mas estava lá, com seu grau de importância que iniciou na minha infância e que continua “a milhão”. Graças ao futebol de botão...

O gaúcho de Rodeio Bonito, Marcio Bariviera é gerente administrativo do União Frederiquense, clube que disputa a Série A2 do Gauchão, além de assinar uma coluna semanal no jornal O Alto Uruguai, de Frederico Westphalen-RS. Rock e futebol de botão são duas paixões desde a infância (e se puder dar palhetadas ouvindo Led Zeppelin fica time completo).

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