Painel do Mundo

o blog do
MUNDO BOTONISTA
Por Carlos Cláudio Castro (24/04/2020)

E o vento levou, ou fui eu?

Recebemos uma colaboração muito interessante, em forma de questionamento, do leitor Lucas Boa Morte. Suponha que um botonista faça um pedido de chute a gol, logo a seguir toca a campainha de final de jogo. Antes da execução do chute, a bolinha se move. Três situações podem ter ocorrido: a bolinha ter se movido sem interferência dos botonistas, por exemplo em virtude de um vento qualquer, ou por interferência, mesmo que involuntária, do botonista que receberá o chute ou do que efetua o ataque. É interessante notar que essas situações não estão previstas, em uma circunstância de chute pós tempo regulamentar, no texto de regras. Cabe a aplicação do bom senso para definição da solução.

Caso 1 - Sem interferência dos botonistas: o bom senso sugere deixar a bolinha onde ficou após o deslocamento, como em um lance de jogo qualquer, ocorrido durante o tempo regulamentar, afinal nenhum dos atletas envolvidos foi responsável pelo fato. 

Caso 2 - Houve interferência do defensor, o jogador que receberá o chute a gol: uma vez que se trata do último lance do jogo, a acontecer após o soar da campainha, não tendo mais como ser marcada falta contra o infrator, a lógica sugere que a bolinha seja recolocada na posição original em que se encontrava antes do deslocamento, para o desfecho da jogada. Cabe notar a possibilidade de penas disciplinares, em se tratando claramente de ato antidesportivo, por parte da comissão organizadora do evento em questão. 

Caso 3 - Houve interferência do atacante, o botonista que efetuará o chute: partida encerrada sem a execução do chute. Lembrando que se não fosse o último lance do jogo, seria marcado tiro livre indireto contra este jogador que ocasionou o movimento indevido da bolinha. 

Será praticamente impossível termos um dia todas as variedades de lances de jogo previstas e descritas em um texto de regras, qualquer que seja a modalidade esportiva. Existem momentos em que a lógica consensual precisa ser aplicada. Quando esse consenso torna-se inviável, reúne-se, discute-se e escreve-se aquilo que contempla melhor o entendimento da maior parte possível dos envolvidos. 

Não existe dono da verdade, em qualquer que seja o aspecto da vida, ainda mais em uma prática esportiva com tantas particularidades e formas diferentes de pensamento de seus adeptos. O Dr. Regras, como costumo enfatizar, não é uma pessoa, é um fórum de debates, é um instrumento de melhoramento, daqui surgem questionamentos, ideias, proposições, principalmente quando a regra não é tão clara.
O cearense Carlos Cláudio Alencar de Castro é médico neonatologista, adepto do lema “ a arte torna a vida suportável”, fanático torcedor do Vozão, estudioso do Futebol de Mesa, membro do Comitê Gestor das Regras 12 Toques da CBFM.
....................................
carlos_claudio@mundobotonista.com.br
(085) 99158-6280
Biblioteca de "Dr. Regras"
Reler publicações anteriores de Carlos Cláudio Castro
Posts anteriores 
Por Carlos Claudio Castro 29 de janeiro de 2025
Dr. Regras
Por Alysson Cardinali 28 de janeiro de 2025
Planeta Dadinho
Por Jeferson Aparecido 14 de janeiro de 2025
Notícias do Mundo
Por Luiz Oliveira 20 de dezembro de 2024
Losers
Mostrar mais
Share by: