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BOTONISTA
Por Quinho Zuccato (23/04/2020)
Pai.
Salve salve amigos do Mundo Botonista! A coluna dessa semana é especial. Aquela que me "derrubou" assim que meu amigo Carlos Cláudio sugeriu o tema. É a primeira vez que faço um texto em homenagem ao meu grande ídolo. O grande responsável por eu ser quem sou, como filho, como marido, como comerciante e também como Botonista. Essa pessoa se chama Anacleto Zuccato.
Meu pai conheceu o esporte através do meu irmão César, sempre levando ele nos treinos do Clube XV de Agosto, isso em 1993. Eu e meu irmão já brincávamos em casa no famoso Estrelão. Até que um dia estava faltando um jogador pra completar a tabela e o nosso grande amigo e irmão Ademarzinho o convidou pra bater uma bolinha. Ele ficou meio sem graça, mas foi. Desse dia em diante, só foi parar de jogar quando faleceu no dia 23 de março de 2011.
Meu pai não era só meu pai, era o segundo pai de muitos moleques que começaram a jogar futmesa no começo dos anos 90 até o fim dos anos 2000 e com isso o Clube XV se tornou um grande celeiro de jovens muito bons de botão. Ele assumiu o papel de ser o responsável por nós, meninos, que só nos preocupávamos em jogar. Dessa molecada saiu muita gente boa, este que vos escreve, e mais uns 20 pelo menos. Como equipe, o XV foi bicampeão paulista Juvenil, em 2000 e 2001.
Nessa época também a cidade de Socorro foi ganhando destaque tanto dentro do estado como a nível nacional. Ele também foi um dos grandes responsáveis por trazer o Campeonato Brasileiro de 2000 e depois de 2006 pra cidade, com eventos no clube e na cidade, ocupando grande quantidade de hotéis. Meu pai era assim, não tinha tempo ruim quando se falava de botão. A alegria de todos era chegar no ginásio no intervalo dos torneios e ver aquela banca de times pra "rolo", sempre fazendo seus negócios, visando ajudar os amigos. Não tinha alegria maior pra ele.
Como botonista teve a chance de ser campeão brasileiro máster em 2003 em Blumenau. Só que na categoria adulto tinha um garoto de 15 anos, seu filho, que estava disputando a final rsrsrsrs. Ele não conseguiu, mas eu consegui por ele e por todos meus colegas que estavam lá torcendo por mim.
Um certo dia, na minha infância, enquanto treinava direto, horas por dia, ouvi ele dizer uma frase que nunca mais esqueci: "TREINE MUITO MEU FILHO, QUE UM DIA VOCÊ VAI SER O MELHOR DO MUNDO". Mais uma vez eu cheguei lá por ele. Quando liguei pra dar a notícia do Título Mundial, ele já sabia, e chorando, me deu os parabéns. Quando cheguei foi uma festa na cidade. Tudo arrumado por ele e pelo pessoal que me ajudou com a viagem. Não tenho dúvida nenhuma de que esse foi o dia mais feliz da vida dele. Mas ele foi embora cedo, com 53 anos. Deixou um legado, uma história. Não só pra mim, mas pra muitos, o eterno ídolo. Muito obrigado meu pai. Continue jogando Botão com seus amigos aí no céu!
Grande abraço a todos!
O Socorrense Marcus Paulo Liparini Zuccato, ou simplesmente Quinho, como é conhecido no meio botonístico, está entre as maiores lendas do futebol de mesa. Campeão mundial, foi talhado para caçar títulos desde garoto, (campeão brasileiro da categoria principal aos 15 anos de idade, um recorde até hoje jamais igualado. Enquanto colunista do Mundo Botonista, a cada semana Quinho divide um pouco do que sabe sobre questões relacionadas à técnica de jogo na modalidade 12 toques.
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