Painel do Mundo
Por: Jonnilson Passos em 16/04/2025
Olá, amigos do Mundo Botonista, estamos de volta com mais estudos sobre o nosso maravilhoso esporte. Lembro de quando eu era criança e cursava o saudoso fundamental menor, outrora, 1ª a 4ª série, quando voltávamos das férias e as amadas professoras, em sua maioria mulheres e únicas em sala de aula, sempre aplicavam uma atividade de boas-vindas. Geralmente era uma redação com o seguinte título:
Como foram as minhas férias?
Aproveitando esse gancho, digo que fui feliz em viajar e rever alguns amigos. Muito mais feliz por ter sido apresentado a muitas e clássicas regras locais. Em uma viagem que fiz a Brasília, encontrei o amigo Marcelo Vasquez, e esse me apresentou a regra 3 Toques e ensaiamos a regra Dadinho, aquela que meu amigo Samuel, do Banca Forte do Amazonas, radicado no Maranhão, luta para implementar em nosso estado. Existem regras bem conhecidas pela maioria e já consolidadas pela CBFM.
Nesta aquarela brasileira, como já disse, Martinho da Vila, “...vejam essa maravilha de cenário…assisti em Pernambuco à festa do frevo e do maracatú…” e lá me deparei com o amigo e guia turístico, Adriano Barras, com a sua turma dedicada, que me apresentou a regra Pernambucana, com bolinha de borracha e mesa milimetricamente nivelada. O goleiro parece uma saboneteira de 3 andares, “lindo”, e o jogo é sensacional. Agradeço ao presidente Hércules Leite e ao brincalhão e animado Cláudio… pelos ensinamentos e momentos inesquecíveis. Não posso deixar de citar a luta diária do nosso mago Braga que, há décadas, vem mantendo a nossa tradição nas regras locais. Em especial, destaco as regras Timbiras e a a liga do Cohatrac, também heroicamente defendida pelo Flávio, nosso presidente, e pelo irmão, Otávio Matos, que me convidou em 2017 a voltar às mesas na LMFM.
Todo esse manifesto é para ressaltar a importância de uma pesquisa registrada em um artigo elaborado pelos pesquisadores, Maria Patricia Lopes Goldfarb e Sebastião Costa Andrade, doutores respectivamente da UFPB e UEPB, publicada na revista Conceitos – n.22, vol. 1 9 jan. 2015) ADUFPB – Seção Sindical do ANDES -SN, com o seguinte tema: Futebol de mesa: análise da conceituação da regra Paraibana e suas formas de sociabilidade. O estudo analisa o futebol de mesa no Brasil, focando na Paraíba, onde o esporte possui regras locais estabelecidas e duradouras. A pesquisa explora a socialização dos praticantes em associações e competições, evidenciando uma predominância masculina marcante. Na página 7, o artigo destaca: “Vimos que não há objeção quanto à participação de mulheres, porém o presidente da Federação justifica essa ausência na 'falta de respeito dos participantes homens', que consideram o espaço estritamente masculino.” Essa característica sugere influências socioculturais na participação. A investigação busca compreender o futebol de mesa paraibano como esporte e lazer com regras regionais específicas e forte identidade masculina, oferecendo insights sobre sua relevância cultural e comunitária. Finaliza o estudo alertando para a valorização da regra Paraibana, observada em discursos que a defendem, por ser considerada autêntica e de imensa dificuldade em sua jogabilidade.
Finalizando com minhas andanças, lembro que a primeira competição da qual participei fora do Maranhão foi o Norte-Nordeste de 2023, em Campina Grande, Paraíba. Lá encontrei um grande ser humano, o Diocles Freitas, excelente atleta do Clube ARIÚS e membro da comissão organizadora. Em conversas informais, ele me apresentou verbalmente esse belo universo da regra paraibana e daí veio a minha curiosidade. Quando poderei testar minha habilidade nessa regra? Fica a pergunta e o convite para que o craque Diocles me auxilie e me ensine como jogar. Serão uma bênção!
Viva o Botão, viva a inclusão! Espero que possamos seguir o exemplo deste estudo e fomentar mais artigos que valorizem as demais regras locais. Fica a dica! Obrigado a todos os citados. Viva o botão mundial, viva a autêntica regra local!
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Jonnilson Nogueira dos Passos, um apaixonado pelo Futebol de Botão e um talentoso Mestrando em Educação pela UFMA é também, contador, gestor público, professor, e tutor em EaD destacando-se na formação de tutores e formadores de diversas disciplinas a distância. O comprometimento do maranhense com o esporte vai além das competições; ele acredita no potencial do Futebol de Botão como objeto de estudo e pesquisa, com ênfase em sua história, impacto cultural e aspectos técnicos. No portal Mundo Botonista, o educador aceitou o desafio de explorar as fascinantes relações entre o Futebol de Botão e as Pesquisas Científicas no Brasil assinando a coluna Botão com ciência.
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