Painel do Mundo
Por Quinho Zuccato (25/06/2023)
Saudações amigos do Mundo Botonista. Tempo passando, poeira baixando, e estou aqui mais uma vez pra contar pra vocês através desta coluna, um pouco dos bastidores de tudo que vi e vivi no Brasileirão 2023. Como eu havia antecipado aos amigos, ainda na minha primeira entrevista após conquistar o hexacampeonato brasileiro no Rio, o título e a temática dessa crônica defende a tese de que "sempre tem como melhorar".
Cheguei ao Shopping Park Jacarepaguá com algumas incertezas para esse campeonato. A principal dúvida, comum a todos os botonistas do estado de São Paulo, era a adaptação com a bolinha mf200 (à qual não utilizamos mais nas competições da Federação Paulista), e pra isso tracei uma tática: chutes de frente para o gol, sem arriscar a passagem pela defesa, e chutando nos cantos, até conseguir achar o ponto certo da força pra poder chutar por cima do goleiro.
Primeiro dia, sete vitórias. Segundo dia, sete vitórias. Aí comecei a acreditar que estava no caminho certo, passando ileso por grupos muito difíceis e vendo muita gente boa ficando pelo caminho em outros grupos.
Terceiro dia, novamente sete vitórias e a manutenção dos 100% de aproveitamento. Nunca me passara pela cabeça que poderia se tratar de uma campanha histórica. Nem me pesava essa pressão. Acho até que meus adversários estavam mais preocupados com a minha campanha do que eu mesmo. Chegamos ao quarto dia, e as vitórias continuaram, passando pelo grupo com Thiago, Bira e Felipinho e chegando ao mata-mata contra o ex-campeão Mundial Rogério Edison. Foi nesse momento apenas, quando cheguei à mesa com meus botões que "a ficha caiu", digamos - se eu fosse campeão, seria de forma invicta - algo jamais realizado por nenhum campeão brasileiro da categoria principal.
Após passar por Rogério Edison, cheguei à semifinal contra Nando Jesus (Vasco da Gama-RJ), que me eliminara no Mundial do ano passado e contra quem eu sabia que teria que ter uma atenção redobrada pra chegar à final. A vitória por 6x3 me garantiu mais uma vez na mesa principal do torneio com a transmissão do Mundo Botonista. Outra final, outro oponente carioca. Desta vez um amigo de conversas diárias sobre tudo que está relacionado a botão, desenhos e artes, Marcus Vinicius - o Marquinho.
O jogo começa enrolado, eu erro um chute, ele também erra um chute e eu tenho a bola na campainha, um chute muito ruim, totalmente torto, em que eu acertei a trave. Nesse momento, o placar era 2x2. Saída do adversário no segundo tempo, e só uma coisa me passava pela cabeça: eu teria de finalizar tantas vezes quanto meu adversário se quisesse ficar com o título. Ele não errava e eu passei o segundo tempo correndo atrás pra empatar. Até que no penúltimo ataque eu percebi que teria que acelerar a jogada para que na sequência pudesse chutar a última bola (e não o adversário).
Foi o que aconteceu. Marquinhos fez o 6x5 e, sabendo que o fim do jogo estava muito próximo, eu acelerei novamente o ataque e ajeitei a bola dentro da área, já perto da marca do pênalti. Ele não hesitou e logo adiantou o goleiro me obrigando a encobrir com um chute muito difícil. O apito final veio, e antes que pudesse passar pela minha cabeça qualquer situação que não fosse o gol, dei uma respirada rápida e já fui para o chute, botei a mesma força dos outros chutes que havia feito e deu certo! O sonho de qualquer botonista é ser campeão brasileiro, ainda mais fazendo o gol do título na campainha.
Finalizei a campanha com 26 vitórias seguidas e o gol do título foi pra empatar a final. E aí chegamos ao título dessa coluna, porque eu acredito sempre, e procuro passar isso pra todos que falam comigo -
sempre tem como melhorar. Espero os amigos para a nossa próxima crônica. Grande abraço a todos!
O Socorrense Marcus Paulo Liparini Zuccato, ou simplesmente Quinho, como é conhecido no meio botonístico, está entre as maiores lendas do futebol de mesa. Campeão mundial, foi talhado para caçar títulos desde garoto, (campeão brasileiro da categoria principal aos 15 anos de idade (um recorde até hoje jamais igualado), Zuccato é o maior campeão Brasileiro da história com 6 troféus em sua galeria. Enquanto colunista do Mundo Botonista, uma vez por mês Quinho divide um pouco do que sabe sobre questões relacionadas à técnica de jogo na modalidade 12 toques.
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