Painel do Mundo

o blog do
MUNDO BOTONISTA

Por Ary Peter (19/06/2024)

Os 12 toques da mitologia grega

Abram as cortinas

Os artistas entram em cena

São 12 os horários tanto na matutina quanto na vespertina

São 12 os toques, uma beleza plena

 

Se no princípio era o verbo

Nessa regra temos uma dúzia de toques

De um proceder fino, diria soberbo

Nem precisa de retoques

 

12 são os deuses do Olimpo

12 são os signos do zodíaco

O futebol de mesa reluz como num profícuo garimpo

Ao mesmo tempo pode ser teste pra cardíaco

 

Essa regra é música para meus ouvidos

É linda a canção das palhetadas do esporte mais evoluto

Os dias em que eu jogo são os mais bem-vividos

Tenho poucas certezas na vida, mas essa é em absoluto

 

O primeiro dos toques seria de Zeus

O supremo deus dos céus

É a saída de bola encantando os filhos teus

Os nossos craques merecem o prêmio Laureus

 

O segundo é o toque de Hera

É uma partida de futebol

A técnica da sintonia fina impera

É o time partindo para o ataque e querendo um lugar ao sol

 

Poseidon seria o dono do toque terceiro, o cara é o bamba

Ele mesmo, o deus dos mares, tempestades e terremotos

Joga calma, sem afobação, na cadência do samba

Já deixou o marcador para trás, tal qual políticos depois de receber os votos

 

O quarto toque vem de Atena

Que voa feito um canarinho, voa

Apesar do forte senso de justiça ela não tem pena

E tenta passar pela defesa da pessoa

 

O quinto toque é dado por Ares

É um fio, uma maravilha e nós gostamos de você

O adversário tem calafrio, também dores lombares

Olha de um lado para o outro, se “bole” todinho e não entende o porquê

 

O sexto toque vem de Deméter

E aí começamos a sonhar que a taça do mundo é nossa

O jogo flui, mas sem ser volúvel feito o éter

Com o futebol de mesa não há quem possa

 

No sétimo vem Apolo cheio de estilo

Tem o mesmo nome na grega e na romana

Nos deixou recentemente Apolinho e seus arquibaldos, geraldinos e murilos

Numa triste semana

 

O oitavo toque quem deu foi Ártemis que também pode ser Diana

A jogada se aprofunda e tem muita qualidade

Ela faz arte nessa linda atividade humana

E percebe que seu time é a alegria da cidade

 

Hefesto faz o toque número nove

O Deus do fogo e dos metais não é para qualquer um

O lançamento para o último botão ele promove

E já vai dizendo que esse jogo não pode ser um a um

 

O décimo é de Afrodite, deusa do amor e da beleza

O último jogador faz seu primeiro lance em Bemol

O ataque é veloz e mortal, tenha certeza

Umbabarauma, é o homem gol

 

O décimo primeiro é de Hermes, pura luz

Iluminando tudo, até onde o olho alcance

Partiu também Sílvio Luiz

Ficamos nós, de olho no lance

 

Dionísio é o último toque, o arremate

O deus do vinho seco

Foi gol claro, um chocolate

Que merecia comentários do já saudoso Antero Greco

Salve Apolinho

Salve Sílvio, o Luiz

Salve Antero, o Greco

 

Salve o futebol

De todos os campos

De todas as narrações

De todos os comentários

Salve também o futebol de todas as mesas

 

E eu? Há há há, vocês já sabem que sou um pobre coitado

Pereba dos piores que chega a dar agonia

Não marco nem com um goleiro deitado

Dos adversários continuo sendo (per saecula saeculorum)* a maior alegria

* Pelos séculos dos séculos ou para todo o sempre.

Biblioteca de "Botão com cordel"
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Formado em administração de empresas, também mestre e doutor em administração, Ary Peter nasceu na capital pernambucana em 13/06/1970, em plena campanha do tricampeonato mundial do Brasil no México. Joga as modalidades de Dadinho (a preferida entre as regras federadas), 12 toques e 1 toque, além de vidrilha e leva leva. Mora hoje em Natal onde joga pela Magic Academia de Futebol de Mesa. Está escrevendo um livro sobre Futebol de mesa / botão a partir da ótica do botonista..

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arypeter@mundobotonista.com.br


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