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Planeta Dadinho

Por Giuseppe Spasiano (17/06/2024)

Salve-se quem puder

Salve amigos do Mundo Botonista e particularmente do "Subbuteo Planet". Hoje vamos tratar do tema de como incentivar o futebol de mesa entre os jovens no mundo. Entendo que no Brasil temos uma ótima divulgação das diferentes regras, incluisve através do Mundo Botonista, o qual cada dia leva aos leitores, através de suas colunas, diferentes formas de se jogar o futebol de mesa, principalmente com a cobertura ao vivo do, no meu entender, melhor Campeonato Brasileiro Individual da história, que foi realizado em Londrina.

No meu país natal, a Itália, o futebol de mesa (calcio da tavolo) é o Subbuteo sendo bastante difundido por toda a "Bota". Similarmente ao que acontece no Brasil, temos dificuldade em trazer novos adeptos para a prátrica do esporte, notadamente, crianças. No Belpaese e no Brasil, apenas 0,04% dos atletas federados são jovens. Tentando atenuar esse problema, em janeiro de 2023, foi oferecido um curso que durou 8 meses para instrutores de Subbuteo,  no qual os aprendizes tiveram noções de psicologia, pedagogia, além de outros temas, para aproximar crianças do futebol de mesa. Naquele ano foram formados 50 jovens instrutores, reconhecidos pela Federazione Italiana Sportiva Calcio Tavolo (FISCT), que a partir de janeiro do 2024, têm a tarefa, nada simples, de ensinar e atrair alunos para o esporte.

Levando-se em conta que cada escola italina conta com 300-400 alunos, e que cada um dos 50 instrutoresr consiga atrair para o Subbuteo ao menos um aluno por ano, em cinco anos a Italia teria 250 atletas Sub20, o que seria um sucesso e garantiria a sobrevivência da regra, o que vai requerer muito esforço e boa vontade dos instrutores e das escolas.

Outra estratégia de re-popularização do esporte na Itália, com o objetivo de atrair novos adeptos, é a demonstração ao vivo de um jogo de Subbuteo, que é transmitida por um telão gigante em um estádio de futebol. Na publicação no grupo do Facebook chamado Italia Subbuteo, foi possível acompanhar um confronto entre dois jovens atletas do Subbuteo Club Bari, diante de 20.000 espectadores, antes de um jogo entre Bari e Sampdoria, pela Série B do Campeonato Italiano.

No Brasil, apesar dos esforços isolados de alguns abnegados como o atleta Renato "Barthez" (de São Paulo-SP), que levou o Subbuteo para as crianças de colégios em 2018 e também agora em 2024, do Rony Suzuki (de Londrina-PR), que conseguiu arregimentar novos atletas, além do Marcelo Coutinho (Rio de Janeiro-RJ) em épocas passadas, entendo que, infelizmente, a regra deixará de existir no Brasil em menos de 30 anos se não pensarmos políticas de propagação que captem a atenção dos jovens e sejam capazes de mantê-los interessados na prática das regras do futebol de mesa. Desculpe-me os amigos pelo tom meio catastrófico das minhas palavras, mas tenho a percepção de que vivemos praticamente um "salve-se quem puder!"

Biblioteca de "Subbuteo Planet"
Reler publicações anteriores dos cronistas desta coluna.

Giuseppe Spasiano é italiano de Nápoles, radicado no Brasil e apaixonado pela arte do "girello",top spin, muito usada quando jogava com os amigos entre o 1979 e 82 na modalidade conhecida agora como "Old Subbuteo". Ao ver no Youtube uma entrevista com o compatriota Massimo Bolognino "Dedo de Dios", campeão mundial 22 vezes, foi arrebatado pelo desejo de retomar a paixão dos tempos de adolescente. 35 anos depois, em 2017, resolveu reiniciar-se na prática - agora do subbuteo moderno - conhecido em 25 países como futebol de mesa. Hoje, atuando como atleta do Vasco da Gama-RJ, Pepe teve passagens pela Portuguesa-DF, Fortaleza-CE, Torigno-SP e Clube dos Aliados-RJ.

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pepe@mundobotonista.com.br

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