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Por Luiz Oliveira (13/03/2023)

A decisão está tomada.

Começa a temporada 2023 e muitas coisas aconteceram desde o último texto da coluna Loser, que é dedicada às angústias da derrota aqui no portal Mundo Botonista.


Partindo do princípio, em setembro chegou Liz ao mundo e a função papai me tirou a frequente presença nos torneios de São Paulo. Não poderia ter feito escolha melhor. Tudo que acontece na vida forma o ser humano que é jogador, o que desfaz aquele mito que fulano é mau-caráter na mesa, mas é excelente pessoa fora dela ou vice-versa. Somos um só e levamos o que somos e aprendemos na vida para o jogo. 


Compartilho com vocês um aprendizado de muito valor nessa jornada de paternidade. Quando você é pai, é naturalmente exigido de tomar decisões para cuidar e criar aquela pessoa que está sob sua responsabilidade e isso exige muito da nossa energia. Todo mundo sabe como criar uma criança, bem como têm expectativas em relação ao que você deve fazer, que roupas deve vestir nela, que obviamente a criança está com cólica ou que é frescura fazer tal coisa, já que na época de fulano não teve isso e ele tá aí, vivo. 


Tomar certas decisões não é algo simples, mas sustentá-las é insuportavelmente mais difícil. Ceder normalmente evita atritos e nessa hora é sempre bom revisitar os motivos que te levaram às decisões. Por mais que o texto pareça apocalíptico, digo também que é libertador. Tomar uma decisão é renunciar ao mundo de possibilidades à disposição. 


Já pararam para pensar na quantidade de decisões que tomamos a cada jogada? Direção, força, posicionamento, tipo de palheta, influência do clima no dia. As variáveis são inúmeras, mas tente imaginar isso tudo a cada toque ou 12 para quem joga a regra.


Há quem diga que o preparo mental é mais importante que treinar fundamentos básicos no futebol de mesa, mas, como já dito, somos uma pessoa só e o cérebro faz parte do nosso corpo. Um cérebro que toma decisões desnecessárias gasta energia que poderia ser economizada e que fará falta em algum momento. 


Pensando nisso, me decidi: serei um grande mão-de-vaca e economizarei toda gota possível de energia do meu cérebro. Pode deixar o buraco que for na meia-lua, porque se eu decidir chutar da ponta é para lá que eu vou. 


Este texto abre muitos assuntos que serão abordados em detalhes durante as próximas semanas e espero que vocês tomem a sábia decisão de continuar acompanhando a saga de um loser em busca da vitória.

Luiz Oliveira é jogador de 12 toques e membro da diretoria do TMJ/SP. É designer, trabalha com tecnologia e se empolga com facilidade ao ver estratégias bem feitas e análises de dados. Palmeirense desde sempre, professor universitário durante 7 anos, baixista e dj por diversão, além de ser um eterno estudante que está sempre atrás de algo novo para se aprofundar..

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luiz_oliveira@mundobotonista.com.br
(011) 98757-0035

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