Painel do Mundo
Por Alex Monteiro (14/03/2023)
E lá vamos nós para a nossa 3ª temporada, sejam todos bem-vindos! Passaram-se quase 3 meses desde a final da Copa do Mundo do Qatar, mas o tema deste 1º texto permanece atualíssimo, e a pergunta é “Quem nunca colecionou um álbum de figurinhas da Copa?”. Uma tradição de décadas que mesmo com a revolução digital mantém-se viva.
Eu ainda lembro do 1º álbum da Copa que completei, foi da Copa de 1990 na Itália; e por ironia do destino, eis que consegui recortá-lo todinho tempos depois para colar as bandeiras dos países impressas nas figurinhas nos meus times de botões de galalite, febre da garotada do Rio de Janeiro nos anos 80 e 90. Essa memória ainda está vivíssima em mim, nem só pelo álbum, pelas figurinhas ou pelos botões, mas pela lembrança de ir aos domingos ao jornaleiro com meu saudoso pai e ganhar 5, 10 pacotinhos de uma única vez, era sensacional. Os tempos eram outros, tínhamos que completá-lo trocando, batendo bafo, quando faltavam poucas a troca era injusta (risos!) sem tantas facilidades digitais e financeiras. Ohh tempo bom!
Eu segui colecionando até 1998, onde também tínhamos os cards da Coca-Cola (que como o álbum de 90, também fiz a besteira de usá-los para encapar meu fichário do Ensino Médio, não aprendo a lição). Voltei em 2010 e desde então sigo sem deixar de completar um.
Ainda não sabemos como será o futuro dos álbuns de figurinhas, nesse último ano vimos muita coisa mudar, aumento de preços, pirataria, figurinhas “raras” que nem são parte da coleção; enfim, uma tradição tão antiga e sem grandes luxos também vem se transformando. Para pior na minha opinião!
O álbum da Panini de 2022 trouxe algumas curiosidades:
- Como não mostrar o time onde cada jogador joga, isso sempre foi legal, ver jogadores de seleções consideradas pequenas atuando em grandes ligas era interessante;
- A ausência do local de nascimento dos jogadores, temos somente a data. Era bacana para entendermos quais eram naturalizados. Mas com o aumento desse mecanismo, atualmente é raro vermos alguma seleção sem jogadores naturalizados. Como não lembrar do Oliveira na Bélgica, Pepe e Deco em Portugal, Marcos Senna na Espanha e Wagner Lopes no Japão.
- Com um lançamento bem precoce, praticamente 100% das camisas não estavam atualizadas. Amo camisas, mas esse mercado está cada dia mais enlouquecido. Qualquer hora teremos a 3ª camisa de cada seleção apenas para fins comerciais.
E a curiosidade mais curiosa, é claro são as figurinhas raras, eu por sinal ainda não tirei nenhuma e nem faço muita questão, principalmente porque elas vieram para criar um mercado paralelo e sem sentido, já que não fazem parte do álbum propriamente dito.
Aqui nos Estados Unidos ainda existiu a questão da borda, foi criado um modelo parcial de raridade, outra coisa sem sentido. A mesma figurinha pode ter a corda da borda diferente, cada cor tem seu nível de raridade. Vai entender, só queremos completar o álbum...hehehehe.
Pensando no futuro, imaginem a próxima Copa? 2026 será realizada aqui na América do Norte e com 48 seleções, o que a Panini aprontará? Mas isso é conversa para alguns anos.
Quem tiver interesse em saber a história da Panini e suas figurinhas, tem um livro contando todos os detalhes – “Stuck on You: The Rise & Fall & Rise of Panini Stickers”. Não tenho certeza se existe uma versão traduzida para o português, mas ele é fácil de encontrar digitalmente para o Kindle.
Obs. Eu tenho aqui nas minhas bugigangas uma edição limitada da Panini (Que dei sorte de comprar no passado, pois já virou vintage e relevante) com a impressão em alta resolução de todas as capas dos álbuns das Copas de 1970-2014. Queria apenas compartilhar algumas fotos. Quem sabe um dia eu consiga emoldurá-las.
Quem tiver algum comentário, por favor, não deixe de compartilhar. Já comecei a trabalhar no próximo texto, trarei uma atualização do levantamento de 2021 dos estados americanos onde o futebol de mesa é praticado, quem tiver qualquer dica ou conhecido, por favor nos envie.
Um grande abraço! Tocando e puxando a corda!
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