Painel do Mundo
Por Paulo Roberto Souza (26/07/2021)
“Minha vida é andar por este país
Pra ver se um dia descanso feliz
Guardando as recordações das terras onde passei
Andando pelos sertões e dos amigos que lá deixei
Chuva e sol, poeira e carvão
Longe de casa, sigo o roteiro
Mais uma estação e a alegria no coração…”
Quando ouço o “velho Lua”, nosso querido Luiz Gonzaga, cantar essa canção, não me deixam de vir à mente os esforços feitos pelos botonistas que viajam por esse Brasilzão para participar das competições que acontecem nos mais diferentes locais e as aventuras que muitos precisam enfrentar para estarem com seus times nas mesas e satisfazerem a vontade de jogar Futebol de Mesa.
Agora, tentem imaginar aqueles que, de forma quase messiânica, usando seus próprios recursos, levam para outras cidades, outros Estados e até mesmo para outros países, conhecimentos da modalidade que praticam para botonistas ávidos por informações. Em minha opinião, esse altruísmo, mesmo diante de tantas dificuldades, tem sido o combustível que mantém viva a prática do Futebol de Mesa no Brasil.
Na modalidade 3 toques, faz 5 anos que está sendo desenvolvido um projeto de expansão que tem levado a botonistas de Norte a Sul do Brasil conhecimentos e técnicas de uma modalidade caracterizada pela necessidade dos praticantes saberem jogar com e sem a bola, em movimentos que fazem com que a estratégia seja a diferença entre uma derrota e uma vitória.
Segundo Marcos Damázio, atual VP da modalidade, vem sendo dado sequência ao projeto de expansão da gestão anterior e espera-se continuar colhendo frutos, com o retorno de antigos botonistas e o surgimento de novos adeptos para que a modalidade possa crescer.
Bruno Machado, atleta do Botafogo/RJ e ex-VP da modalidade, expôs que o processo teve início no final de 2016. Ao assumir a diretoria da modalidade, foi criada a diretoria de expansão que foi idealizada e projetada por Antônio Ornelas, juntamente com uma readequação do setor financeiro para realização do projeto, tendo sempre um valor reservado para sua efetivação. A ajuda dos botonistas nesse processo foi muito importante, doando times e materiais que foram encaminhados para os núcleos.
Sabendo da história e tradição de Amazonas e Pernambuco na década de 80 e 90, na modalidade, foram iniciados os contatos com as pessoas nesses locais. No Amazonas, tivemos a vinda de Bruno Machado, que propiciou a realização de uma oficina para reativação da 3 toques, com bastante sucesso.
O botonista Marcus Motta, atleta do Tupi/MG e diretor jurídico e de expansão da CBFM, tem participado de forma decisiva dessa missão quase sacerdotal de levar a modalidade 3 toques a localidades que já praticaram ou que estão em seus primeiros passos. Motta conta que em Moreno, município pernambucano, esteve em 2019, antes da pandemia, no mês de julho, juntamente com Ornelas. Lá existia um grupo que havia jogado nos anos 80 e tinha parado de manter contato federado. Com isso, não estavam acompanhando as mudanças na regra e nos materiais usados. Os botonistas fizeram o contato com a CBFM (3 toques) e receberam mesas e materiais para realização de um workshop, obtendo um excelente aproveitamento e, em novembro de 2019, tivemos uma representação do estado de Pernambuco no Campeonato Brasileiro de Equipes, com uma participação muito boa.
No ano de 2021, tivemos o retorno da expansão, com a presença de Marcus Motta na Cidade de Viamão/RS, no mês de abril, levando a modalidade 3 toques para o Sul do Brasil, retomando o projeto que esteve parado no período mais crítico da pandemia.
Por fim, chego à conclusão de que viajar é bom, viajar para participar de competições é ótimo, mas viajar para levar ensinamentos do Futebol de Mesa é simplesmente fantástico. E se alguém te perguntar: Valeu a pena? Apenas cite Fernando Pessoa: “tudo vale a pena quando a alma não é pequena.”
Paulo Roberto de Freitas Souza é pedagogo e botonista do estado do Amazonas - atualmente representando o Manaus FC - e um dos administradores do Fórum Mundo Botonista no Whatsapp. O manauara é praticante das modalidades 12 Toques, 3 Toques e Dadinho, tendo sido inclusive dirigente na Federação Amazonense de Futebol de Mesa. Atualmente, Paulo ocupa uma função estratégica como diretor de Comunicação da Confederação Brasileira da modalidade 3 toques.
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