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Planeta Dadinho

Por Alysson Cardinali (02/08/2021)

Adequando a regra. 

O dicionário decreta: regra é aquilo que a lei, a razão ou o uso determinam; é um princípio, uma norma, aquilo que regula, disciplina ou rege. Fundamental no mundo civilizado, sua aplicação também se faz presente e necessária no dadinho, que possui uma das diretrizes que mais crescem no futebol de botão e que passou, em 2020, por uma atualização feita pelos botonistas Renato Souza, Bruno Calinçane e Gustavo Burgos, com o aval da CBFM. A intenção do trio de amigos não foi a de promover mudanças na regra, mas fazer ajustes, incluir sanções às infrações e normatizar ações que eram praticadas de forma aleatória, devido a algumas omissões no texto anterior.

“A revisão se concentrou em três pontos básicos: apresentação, com um layout mais prático, com hyperlinks e tópicos mais claros e diretos; correção de alguns poucos erros que a regra continha; e, principalmente, o estabelecimento de sanções para as inúmeras infrações contidas na regra e que não previam qual seriam as punições aplicadas aos infratores. Foram colocadas no texto penalidades previstas para toda e qualquer infração cometida. A regra dizia que não era permitido cobrar o lateral com o botão sobre a linha, mas não citava o que aplicar caso essa irregularidade fosse cometida. Achamos que essa atualização e revisão eram mais que necessárias para que a regra ficasse mais clara e não restassem dúvidas para a sua aplicação”. (Renato Souza)

Em tempo: a punição a este tipo de infração consiste, primeiramente, em repetição da cobrança de lateral descontando um lance na contagem coletiva de toques no dadinho. Em caso de reincidência, no mesmo lance, haverá a reversão do lateral. 


A revisão mais marcante, segundo Renato, se refere ao ato de afastamento dos botões adversários no momento de cobrar uma falta ou repor o dadinho em jogo – deve ser feito após se traçar uma linha imaginária passando pelo dadinho e pelo centro do “jogador” a ser afastado, com uma distância de 8 centímetros do dadinho. “Não creio que todos farão do modo exato como colocamos no texto, mas tenho convicção de que teria que constar, na regra, a forma correta de se fazer tal afastamento. Normatizar ações que eram feitas à revelia foram pontos aos quais dedicamos muita atenção”, reitera Renato.

Algumas situações inusitadas, que não constavam na regra oficial, também foram abordadas e incorporadas, como a obrigatoriedade de o botonista preparar o goleiro, no momento do pedido de chute, sempre atrás da baliza. Também a determinação de o botonista ter sempre um dos pés no chão quando for realizar qualquer lance. “São itens da regra impostos pelo uso, verdades absolutas, praticadas rotineiramente, mas que não estavam na regra. Esses e outros pontos da regra usual foram inseridos e tornados oficiais com a revisão”, avisa Renato, que admite que a regra atual nunca estará completa.


“Sempre aparecerão situações inusitadas, que não foram abordadas por nós, mas creio que serão muito poucas”, diz o botonista, que se mostra favorável a pequenas mudanças que ainda não estão incluídas na regra. “O lado para se bater o tiro de meta poderia acabar, basta que seja em qualquer ponto da pequena área independentemente de por onde o dadinho tenha saído pela linha de fundo. Também sou a favor do fim da obrigação de o dadinho sair da grande área na cobrança do tiro de meta. Trata-se de uma mudança feita no futebol e que poderia ser adotada”, frisa.


Renato só é totalmente contra a adoção de árbitros em jogos oficiais. Segundo ele, o dadinho tem um grande trunfo em relação a outras modalidades: a possibilidade de uma pessoa a menos para a realização de uma partida oficial. “Abrir mão disso seria jogar fora um handicap importantíssimo na atração de novos praticantes. Além de coisas como a praticidade e obrigatoriedade do fair play. A presença do árbitro está longe de impedir conflitos que possam ocorrer durante uma partida”, avalia Renato, acrescentando: “Sou contrário a qualquer grande mudança, pois temo a descaracterização da modalidade. A regra dadinho é a que mais cresce no Brasil por ser de fácil compreensão e com um dinamismo atraente para os novos praticantes”. E segue o jogo…

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Nascido em Nova Friburgo (RJ), mas morando há quase 30 anos na cidade do Rio de Janeiro, o jornalista esportivo Alysson Cardinali, com passagens pelos jornais O Fluminense, Jornal dos Sports, O Dia e revistas Placar e Invicto, além do canal SporTV, é um apaixonado não só pela profissão, mas pelo futebol de botão. Praticante da modalidade dadinho, Alysson, de 49 anos, é federado pela Liga dos Amigos de Futebol de Mesa (Lafume) e, além de disputar as competições oficiais pelo Brasil, pretende divulgar o esporte e angariar cada vez mais praticantes para perpetuar o futebol de botão entre as futuras gerações.

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cardinali@mundobotonista.com.br


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