Essa história que conto agora aos amigos aconteceu em 2007, na cidade de Campinas, durante as disputas do Campeonato Brasileiro. Aliás, esse torneio rendeu boas histórias, algumas delas já contadas nesse espaço.
Após chegar ao evento, sem vaga, consegui confirmar minha participação uma hora antes do torneio começar. Logo, a participação no primeiro dia beirou o ridículo, 1 vitória, 1 empate e 5 derrotas. Na sexta-feira disputaria, então, a série extra.
No segundo dia, a situação estava difícil para mim, faltavam 3 jogos e eu precisava ganhar os 3 e, assim, não cair para a Copa. A primeira partida dessas 3 foi jogada na mesa ao lado da arquibancada, quando vi, sentado, maravilhado com tudo aquilo, um garoto especial. Logo depois, descobri que o garoto era primo do João Guilherme, atleta carioca, e como morava em Campinas, foi lá prestigiar o evento.
Em um dado momento, o garoto se aproximou da minha mesa e sentou na cadeira onde estava minha caixinha, colocou-a no seu colo. Todo botonista que se preza tem ciúmes dos seus equipamentos, mas nada naquele momento tiraria minha concentração. No intervalo, abri a caixinha para o garoto ver os times, ele ficou num encanto só, tanto que levou minha caixa para seu pai ver. A partir daí, uma certeza, havia ganho um amigo.
Além de amigo, ganhei um torcedor, o menino passou a me acompanhar em toda mesa que eu jogava. Quando ganhava o jogo, parecia que o garoto estava mais feliz que eu. Não tive dúvidas, abri minha caixinha e dei de presente um Paysandu azul e branco, também uma palheta e um amigo do Paraná deu um goleiro e um ônibus. Poxa, que sorriso o garoto abriu, jamais vou esquecer.
No sábado, assim que entrei no ginásio, o garoto correu e me deu um abraço, trazia nas mãos o time que havia ganho um dia antes, seu pai agradeceu demais e disse que o menino estava maravilhado com o presente. E mais uma vez me acompanhou em todos os meus jogos.
Após sete cansativas rodadas, estava encerrada minha participação no Campeonato, mas ainda havia algo a ser feito, chamei o menino para uma partida, ficamos por uma hora brincando de futebol de botão. Que alegria, a dele, cada vez que conseguia fazer um gol, tenho certeza que esse dia foi marcante em sua vida, mas, mais certeza ainda que foi mais marcante em minha vida.
Esse foi, para mim, certamente, um dia inesquecível !