Olá Amigos do MB! Na coluna anterior começamos a descrever o nascimento da regra 12 toques, vimos o início dos trabalhos e a definição do primeiro tópico, relacionado à posse de bola. Vimos a filosofia da regra, regulando a posse por toques e por tempo de cada toque, o problema da posse de bola de cada botonista estava resolvido, porém, nem tanto, como veremos lá na frente, daqui a algumas colunas.
Bem, depois de definir os 12 toques, ainda dentro do quesito posse de bola, veio a seguinte questão: ok, acabaram-se os toques e o time atacante chutou a gol. E agora, o que acontece? Se for gol, é só colocar a bola no meio do campo e o time que sofreu o gol dá a saída, evidentemente. Mas se a bola pega na trave e fica no campo de jogo ou pega no goleiro adversário e sai pela lateral ou linha de fundo, ou se volta num botão de quem chutou a gol, como fazemos? Ou seja, o que fazemos com o rebote? O atacante teria mais 12 toques, já que ele chutou a gol e a jogada acabou? Se obteve o rebote a favor é uma outra jogada, logo, o botonista teria direito a mais 12 toques, seria isso? Outros 12 toques, mais um minuto de posse de bola e caso pegue o rebote novamente, seriam mais 12 e assim sucessivamente... Isso não estava bom!
Percebeu-se que deveria ser equacionada a questão do rebote, mais 12 toques novamente parecia um exagero, cria-se um desequilíbrio onde quem pega o rebote de ataque tem um tempo bem maior de posse de bola que o adversário. Vejam como é complexo, qualquer alteração em uma regra de jogo gera desdobramentos que precisam ser resolvidos e quanto mais simples forem as definições desses desdobramentos, melhor, mais fácil de serem assimilados e praticados no jogo.
Então, tiveram a ideia de cortar os toques pela metade, o rebote de ataque daria ao botonista mais 6 toques para concluir essa nova jogada. Mas, também, com os testes na mesa, ainda não ficaram convictos, 6 toques pra ir da defesa até a área adversária é ainda muita regalia para um rebote. Depois de muitas ideias debatidas, chegaram à conclusão de que o rebote de ataque deveria ter direito a mais um terço de posse de bola, ou seja, mais 4 toques. O rebote continuaria nos mesmos moldes, bola na trave é rebote do ataque, além de quando a bola bater no goleiro e sair do campo, gerando escanteio ou lateral, ou se a bola voltar em um botão do time que chutou a gol, sempre dando direito a mais 4 toques para concluir a jogada.
Mais um detalhe a ser debatido, se o botonista chutar antes do 12º toque e obtiver o rebote, ele vai ter quantos toques? Digamos, hipoteticamente, que ele chutou no 5º toque e obteve o rebote, ainda faltam 7 para atingir os 12 toques , 7 é maior que 4, assim, o mais vantajoso seria continuar com os toques restantes e não ter apenas mais 4 toques. Não obstante, devemos lembrar que foi uma escolha chutar antes do 12º toque.
O problema estava na mesa, literalmente, todos concordaram que uma regra se mostra mais eficiente em seu entendimento quando é evitada a sobreposição de definições. Então, após algumas ponderações, ficou definido que não importava o toque em que o botonista chutasse a gol, o rebote seria com mais 4 toques, podendo essa jogada de rebote se repetir por tantas vezes quanto acontecesse, o botonista que chutasse a gol no seu 1º ou no 4º e último toque do rebote, teria direito a mais 4 toques, se esse chute gerou um novo rebote e assim continuaria até que cessasse o rebote do ataque e a bola pertencesse à defesa.
Na próxima coluna, a nossa "Equipe de Notáveis" vai continuar os trabalhos, ainda em 1984. Agora é preciso solucionar o segundo problema, a jogada “espalha brasa”. Nós nos reencontramos daqui a 15 dias. Até lá!