Painel do Mundo
Por Erismar Gomes (10/06/2021)
Estamos aqui novamente, saudações amigos do MB! Ainda em 1984, trabalho caminhando para sua conclusão final, a regra 12 toques quase pronta, a equipe agora parte para definir a respeito de uma jogada praticada no leva leva que era tida como "meio esquisita", porém, de estratégia inteligente, tratava-se da saída pra trás, a jogada era feita pelo botonista Fernando Santos, na época, botonista garoto ainda, do Canadá clube, em atividade até hoje jogando pela Sociedade Amigos da Vila Maria Zélia.
A jogada era feita assim: ao dar a saída no meio campo, voltava com a bola até que esta fosse colocada dentro da sua pequena área, sendo que na regra leva leva, bola na pequena área, arrumavam-se os botões na mesa, ou seja, era equivalente ao tiro de meta, quando era arrumado o ataque e depois a defesa. Com isso o botonista colocava seus botões em lugares estratégicos no ataque para desenvolver sua jogada ofensiva. Lógico que isso demandava um bom tempo.
Bem, e daí? Nossa "equipe de notáveis" indagava, temos que tirar essa jogada? Inibir de alguma maneira? Agora que são apenas 12 toques coletivos, o tempo de execução dessa jogada não seria tão longo, talvez isso já estivesse resolvido indiretamente. Mas, ao atrasar a bola para a pequena área e ficando como estava, arrumando-se todos os botões, o botonista teria somente os toques restantes? Ou teria mais 12 toques já que a jogada era semelhante ao tiro de meta? Taí um contraditório que daria margem para interpretações diversas.
Para evitar polêmicas e continuar com o objetivo de ter uma regra a mais simples possível, evitando o "se", resolveu-se que os botões só seriam arrumados em tiro de meta após chute a gol. Mais uma polêmica resolvida, a regra estava pronta, bastando agora colocar no papel o texto final.
A nova Regra Paulista, como era conhecida na época, ficara resumidamente assim: o botonista tem 12 toques coletivos, sendo no máximo 3 toques por botão, esbarrando em botão adversário tem somente mais 3 toques, exceto quando isso acontecer no 10º ou 11º toque, quando tem-se somente o complemento dos 12. Rebotes de ataque, o botonista tem mais 4 toques, independente de em qual toque chutou. Os toques têm que ser no máximo em 5 segundos, a arrumação do goleiro também, botões só são arrumados na mesa quando for tiro de meta de chute a gol ou na saída de meio campo. Se no 12º toque ou no 3º toque (quando se esbarra no botão adversário) não houver condição de chute a gol, o toque é dado e será cobrada falta indireta onde a bola parar.
O esporte, a partir da criação da regra 12 toques sobe de patamar, essa equipe cumpre de forma brilhante a criação de uma nova regra que no futuro se espalharia para todo Brasil. Agradecimentos ao Della Torre (in memorian), Presidente da Federação Paulista de Futebol de Mesa, que designou a tarefa, e à brilhante equipe composta por Harutium Muradian, o Mura, Helton Barburo, o Helton, Hideo Ue Filho, o Hideo e Rafael Domingos Barricelli, o Lito. Notem, temos 3 nomes, da equipe de 4, começando com a letra H, o que quer dizer isso? Nada, coincidência mesmo, rsrsrs.
Na próxima coluna, as primeiras competições com a nova regra, a adaptação dos botonistas... Até lá!
O corretor de seguros Erismar Ferreira Gomes, 58 é paulista, torcedor do Santos F.C, e um apaixonado pelo futebol de mesa e virtual (no video-game). No Futebol de Mesa tem um rastro indelével tanto no espectro da gestão (tendo sido diretor de departamentos em clubes importantes como Corinthians e Maria Zélia) e presidente da Federação Paulista; quanto na qualidade de atleta - onde ostenta inúmeros títulos, incluindo um bicampeonato Brasileiro por equipes e o título Brasileiro individual em 2005 (ambos na categoria masters). Erismar é uma testemunha privilegiada da história e evolução da regra 12 toques pois não apenas a viu nascer mas participou ativamente da sua história.
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