Painel do Mundo

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MUNDO BOTONISTA
Por Márcio Bariviera (11/10/2020)

Dia das crianças.

Quando éramos crianças desejávamos que o tempo passasse rápido para virar um adolescente, um jovem e logo adiante um adulto. Hoje, adultos, cabeças feitas, ficamos lamentando aquele pensamento e querendo algo que não irá acontecer: voltar a ser criança. Embora o espírito conte muito nessas horas, deixemos claro.

Falando em Dia das Crianças, lembrei de algo que aconteceu entre meu pai e eu. Já comentei aqui, meu pai faleceu quando eu tinha 11 anos. Pouco pude “aproveitar” dele, mas esse pouco que consegui está guardado para sempre aqui, no lado esquerdo do meu peito.

Uma lembrança que tenho dele foi exatamente nesta data. Um dia antes do gostoso 12 de outubro ele me fez uma proposta: jogar uma partida de botão comigo e, se eu vencesse, ele me daria quatro times novos. Em caso de derrota, nada de presente.

Santa ingenuidade dele, Batman! Esse foi meu pensamento imediato. Meu pai nunca havia jogado botão comigo e imaginei, com altas pitadas de salto alto, admito, que meus quatro novos times estariam garantidos.

No dia 12, pouco antes do almoço, o chamei para o jogo. Ele disse que não, só depois de almoçar. Não gostei daquela demora, pois quanto mais o tempo passava, mais aumentava a minha ansiedade para ganhar os times. Afinal, eu iria vencer, lógico.

Almoçamos e, recordo bem, a comida “desceu voando”. Veio até uma ou duas broncas de minha mãe, mas ignorei tranquilamente. O foco era o jogo e, óbvio, meus presentes.

Fomos para o jogo e a lógica prevaleceu. Não lembro o placar, mas atropelei meu amado e inesquecível adversário. Ele me cumprimentou com um forte abraço e foi buscar o presente para me entregar.

Abri o pacote e lá estavam Bahia, Vitória, Guarani e Ponte Preta. Olhos brilhando, o abracei mais uma vez e perguntei o porquê de ele já ter comprado o presente antes mesmo da partida. “Eu sabia que iria perder, filhão”. Credo, que saudade do meu pai!

Feliz Dia das Crianças, amigos. Que a leveza, o espírito e a energia das crianças possam nos contagiar todos os dias. Não precisa ser sempre, desde que sejam sete dias por semana durante 30 dias no mês, combinado?

O gaúcho de Rodeio Bonito, Marcio Bariviera é gerente administrativo do União Frederiquense, clube que disputa a Série A2 do Gauchão, além de assinar uma coluna semanal no jornal O Alto Uruguai, de Frederico Westphalen-RS. Rock e futebol de botão são duas paixões desde a infância (e se puder dar palhetadas ouvindo Led Zeppelin fica time completo).

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marcio_bariviera@mundobotonista.com.br
(055) 99988-6612

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Luke de Held, 57 anos, nascido em Londrina é botonista, guitarrista apaixonado por Rock n Roll, Blues e Beatles. Promotor de Justiça no Paraná, pai do Álamo, da Sofia e da Ana, marido da Vivi, filho da Dona Leonice e do Seu Lucilio. Este paranaense, aparixonado pelos esportes, praticou vários deles, sempre com excelente desempenho e muito foco: Faixa preta de Jiu-jitsu, foi medalhista de bronze no Mundial CBJJE 2009 e campeão Sul-Americano Master 2012 da modalidade. No atletismo sagrou-se tetracampeão paranaense, vice campeão Brasileiro, recordista juvenil e Jr. dos 400m rasos nos anos 80. Torcedor ferrenho do Londrina Esporte Clube, tem como meta ser campeão brasileiro de futebol de mesa, o esporte ao qual se dedica atualmente.
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