Fiquei na dúvida se o Pelé, nosso aniversariante do dia, já havia jogado botão alguma vez na vida. Aí resolvi pesquisar. Inicialmente achei que ele nunca tivesse jogado. Afinal, onde já se viu um rei jogar botão? Quem joga botão são súditos como eu, por exemplo... Mas um rei?
Pasmem: não é que o rei jogou botão? Todo rei é rei e isso não se discute, mas Pelé, o nosso, é daqueles diferenciados. Bola no pé ou palheta na mão, ele manjava bem.
Encontrei um vídeo de uma entrevista de Pelé, publicado em 2017, na qual, em seu final, ele jogou uma partida de botão com o entrevistador. A partida acabou zero a zero, mas como eu iria cobrar resultado ou competitividade de um rei em seus, na época, 77 anos?
Gente, ele mandou muito bem! Lembram o histórico “gol que Pelé não fez” da Copa de 70? Teve um assim na partida de botão, também. Ele é tão incrível que conseguiu repetir na mesa o que havia feito no México, na grama. Sensacional.
Fico imaginando o Pelé jogando uma partida sozinho, ele contra ele. De um lado o Santos, de outro o Cosmos. Seria uma partida que talvez terminaria empatada em 4 a 4. Todos os gols feitos por Pelé, fossem marcados pelo camisa 10 de cada time, fosse anotado por quem efetuou as palhetadas.
Pelé jogou botão! O que isso tem de especial? Nada. Entretanto, para nós, botonistas, saber que o jogador de futebol até hoje insuperável já foi nosso colega, nos enche de orgulho. Pense: você, na roda de amigos no chope, dizendo em alto e bom som que já foi colega de Pelé. Bacana, né?
Nosso rei está completando 80 anos. Só posso desejar mais 80 e que esse segundo ciclo seja repleto de saúde, alegrias e realizações. E, se eu fosse você, não ousaria duvidar que Pelé possa chegar aos 160 anos. Afinal, rei diferenciado é rei diferenciado. Principalmente aquele rei que joga botão.
Vida longa ao rei!