Painel do Mundo
Por Erismar Gomes (08/07/2021)
Hoje, a nossa história vai para 1987, a regra já tem 2 anos de prática e os botonistas atuantes nos campeonatos promovidos pela Federação Paulista de Futebol de Mesa já estão plenamente adaptados à nova “regra paulista”. Novos clubes do interior e da capital se filiam à FPFM, a regra atrai novos adeptos, clubes que praticavam outras regras, como o Clube dos 8 aos 80, de Campinas, que jogava a regra do Vale do Paraíba, região do interior paulista, começam a disputar os campeonatos na nova regra.
No entanto, surgem os primeiros questionamentos sobre alguns quesitos. Um deles, já abordado na coluna anterior, a obrigação dos 3 botões estarem alinhados lado a lado na saída de bola não era mais usual, a despeito do que estava escrito. Era preciso regulamentar. Outro detalhe, o gol contra, aquele em que você chuta a gol e a bola volta para dentro do seu próprio gol, era apenas tiro de meta. Ora, mas como poderia ser tiro de meta se a bola estava em jogo? Não tinha o menor sentido isso. Ah, mas vc chuta a gol e leva gol contra? Sim, a bola está em jogo, o argumento de que isso não tem no futebol não é válido. No futebol de campo não é possível fisicamente, mas se fosse seria gol sim, no futsal existe o gol de goleiro, por exemplo.
Além desses dois itens, era necessário corrigir pequenas falhas de texto que deixavam dúvidas em alguns lances, inclusive em relação ao goleiro. A partir daí, esse que vos escreve começa a participar dos estudos sobre a regra e fazer parte de algumas comissões de estudos e alterações. Uma comissão foi designada para estudar possíveis adequações do texto e mudanças necessárias. Formou-se a equipe composta por Elias Gaba, Harutiun Muradian, Helton Barbuto Filho e Erismar Ferreira Gomes.
Essa comissão, depois de algumas reuniões, concluiu os trabalhos com as seguintes decisões:
1- O chamado gol contra, decorrente de chute a gol, quando a bola bate no goleiro ou trave e volta para dentro da meta da equipe que chutou, seria plenamente válido, uma vez que a bola estava em jogo;
2- Os goleiros poderiam ser posicionados na grande área respectiva, quando da saída de bola, seja no início de cada tempo ou na saída após gol ocorrido, podendo permanecer na grande área até que fosse solicitado chute a gol contra a sua meta, momento em que poderia permanecer no lugar ou, caso fosse mexido, deveria defender o chute dentro dos limites da pequena área;
3- Na saída de bola, a equipe que fosse dar a saída poderia recuar um dos botões ao lado do botão do meio antes do primeiro toque na bola, que continuaria a ser obrigatória com o botão do meio;
4- Toda vez que o adversário posicionasse o goleiro de forma irregular, por exemplo, goleiro parcialmente dentro do gol, goleiro um pouco para fora da pequena área ou da grande área, em posição irregular para defender pênalti… deveria ser avisado sobre a irregularidade para que fosse corrigida a posição, não mais podendo simplesmente chutar e reivindicar gol pelo posicionamento errôneo. O mesmo procedimento deveria ser adotado quando o executor "queimasse a linha" na saída de bola, lateral e escanteio, não podendo ser reivindicada a reversão, sem esse aviso prévio para a correção da posição.
Essas alterações foram plenamente acatadas pela FPFM, tutora da regra na época, e colocadas em vigor. Os representantes de clubes, em reunião, já com as alterações vigentes e praticadas, elogiaram as mudanças, vistas como positivas pela grande maioria dos botonistas. Em nosso próximo encontro, vamos abordar a próxima mudança importante na regra, um pouquinho antes do então CND reconhecer o Futebol de Mesa como esporte.
Obrigado, amigos, até lá!
O corretor de seguros Erismar Ferreira Gomes, 58 é paulista, torcedor do Santos F.C, e um apaixonado pelo futebol de mesa e virtual (no video-game). No Futebol de Mesa tem um rastro indelével tanto no espectro da gestão (tendo sido diretor de departamentos em clubes importantes como Corinthians e Maria Zélia) e presidente da Federação Paulista; quanto na qualidade de atleta - onde ostenta inúmeros títulos, incluindo um bicampeonato Brasileiro por equipes e o título Brasileiro individual em 2005 (ambos na categoria masters). Erismar é uma testemunha privilegiada da história e evolução da regra 12 toques pois não apenas a viu nascer mas participou ativamente da sua história.
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