Nasce o Dalmácia. 

Hoje em dia, a rotina diária nos sufoca e o tempo passa a ser um artigo de luxo, cada vez mais escasso. Com a pandemia, então, piorou, porque com o home office as rotinas foram totalmente alteradas, você não percebe, mas na maioria das vezes trabalha mais e mais.

Abrir um clube é uma tarefa pra lá de ingrata, mas é de suma importância, um clube novo é um terreno fértil para plantar novas sementes, para atrair novos jogadores, para manter acesa a chama desse nosso amor que é o Futebol de Mesa. 

Já tive a oportunidade de participar desse processo de abertura quando em 2004 abrimos, com alguns amigos, o Cidade Vargas, que infelizmente teve uma vida curta, apenas três anos.

No final de 2019, o Lipe, mais um desses grandes amigos que o esporte me deu, me chamou para jogar no Sociedade Croácia Dalmácia. Infelizmente tenho um compromisso firmado com meu clube, o Círculo, e não pude embarcar nesse projeto, porém, como jamais deixo um amigo na mão, me comprometi a ajudá-lo. 

No primeiro ano, com muita dificuldade, mas sem esmorecer, o Dalmácia estreou na modalidade dadinho e fazia bonito com uma equipe muito competitiva e com um uniforme xadrez lembrando a seleção croata, as expectativas eram muito boas. 

Só que entrou a pandemia e ficamos longe desse esporte que tanto amamos. Porém, o trabalho continuou, quando flexibilizou, o Lipe passou a ir atrás de iniciantes, em garagens, em grupos do Facebook, manteve sua porta aberta e começa a colher esses frutos.

Outra ação, e nessa ajudei, foi ir atrás de jogadores que já estavam parados há tempos, oferecendo para eles um espaço onde, primeiro de tudo, iriam se divertir. É gratificante ver a animação de um iniciante e o Dalmácia tem uma meia dúzia deles, que semanalmente estão lá nos treinos, faça chuva ou faça sol, dispostos a aprender, não importando os resultados. 

É espetacular ver a animação do diretor Boris, tendo seu clube frequentado por novas pessoas que antes de mais nada vão lá para se divertirem. O Dalmácia está aberto a todos e sempre aos domingos, de manhã, abre suas portas para todos aqueles que querem se divertir jogando botão, obviamente respeitando todos os seus protocolos, com distanciamento entre as mesas, com ventilação, com os participantes de máscara e com muito álcool em gel. 

O local é tão agradável que é frequentado por grandes jogadores, como Teruel, Galdeano, Tusura e uma série de jogadores de outros clubes que são convidados para passarem suas experiências aos mais novos, e estão lá sempre dispostos a ensinar, a esclarecer dúvidas, a manter acesa a chama do nosso esporte. 

Em breve, espero eu que possamos voltar, já vacinados, já protegidos, para fazer o que mais gostamos, e tomara que mais e mais espaços para a prática do nosso esporte sejam abertos e que mais novos jogadores possam aparecer, fazendo assim o futebol de mesa crescer ainda mais.

Os interessados em conhecer esse espaço, procurem o Lipe e saibam de antemão que lá a bolinha sempre rola aos domingos, e cedo, a partir das 8:00. Tenha a certeza de que irá encontrar um local onde, acima de tudo, vai se divertir bastante.