Por Alysson Cardinali (12/07/2021)
Um panorama da modalidade dadinho no país.
A arte de botar um quadrado (0,6 mm x 0,6 mm) dentro de um retângulo (4,5 cm de altura x 11 cm de largura) após ser chutado por um círculo (medida variável), em um verdadeiro desafio às leis da física. Brincadeiras à parte, assim se resume a prática do dadinho (regra 9 x 3), uma das paixões nacionais entre os botonistas. E que, felizmente, ganha cada vez mais adeptos, mesmo em tristes tempos de pandemia. Atualmente, segundo dados da Confederação Brasileira de Futebol de Mesa (CBFM), a modalidade, criada no Rio de Janeiro e uma das mais recentes no Brasil, conta com 546 federados em todo o país, sendo praticada em 14 estados – há, ainda, um imenso universo de amadores e suas ligas espalhadas por todo o território nacional.
Trata-se de parcela significativa na busca para fazer o futebol de botão crescer e aparecer. Ao todo, levando-se em conta as demais modalidades, existem 2.845 jogadores federados no futebol de botão. Rio Grande do Sul (564), Rio de Janeiro (432) e São Paulo (376) são os estados com mais praticantes. O dadinho, inegavelmente, está entre eles. Em franca ascensão. Bati um papo com Ronald Neri, que conduz belo papel junto aos diretores Bruno Romar e André Araújo na vice-presidência do dadinho na CBFM, e comemora o retorno obtido após árduo e longo trabalho iniciado pela entidade, há aproximadamente dez anos, para difundir e popularizar a ‘bolinha quadrada’ pelas mesas do Brasil.
Mesmo feliz com os resultados alcançados, Neri segue firme na busca por mais espaço para o dadinho em âmbito nacional – Rondônia e Sergipe estão em fase inicial da prática da modalidade. “A gente está sempre procurando manter o trabalho nos estados que já jogam a modalidade, para não deixar esse trabalho ser perdido. A gente também tenta abrir novas frentes. Atualmente criamos a Federação de Rondônia, que não tinha federação nenhuma, e estamos implantando o dadinho lá. Também implantamos a Federação do Pará e esperamos que venham outras modalidades nessas localidades”, frisa.
Ronald só lamenta o cancelamento da temporada de 2021, em função da pandemia de Covid-19, mas, mesmo assim, não considera o ano perdido para o dadinho e demais modalidades do futebol de mesa. “Essa suspensão das competições oficiais foi ruim para todas as modalidades, mas a gente continuou trabalhando com o que dava para fazer. A criação da Federação de Rondônia, por exemplo, foi feita durante a pandemia. Também pudemos desenvolver outros projetos, como a aproximação das ligas ditas amadoras e a criação da categoria retrô (botões pequenos), que foi uma iniciativa da CBFM. Queremos implantar esses projetos em nível nacional”, acrescenta o dirigente, com o foco em 2022 – de preferência com a população vacinada e a normalidade de volta ao cotidiano de todos os brasileiros.
“A gente está sempre buscando melhorar e espera que, em 2022, tudo isso passe, que seja um ano de retomada. Vamos, inclusive, criar um site, administrado pela CBFM, para as ligas amadoras, para divulgar todos os resultados dessas ligas de forma consolidada. Nas competições oficiais, estamos buscando coisas novas principalmente nas filmagens dos jogos, com inovações tecnológicas para melhorar as transmissões. Isso vale também para a organização dos campeonatos. Buscamos sempre uma forma de aprimorar a organização, a premiação... Torneio a torneio, vamos corrigir as deficiências e tentar melhorar, mesmo dentro das nossas limitações financeiras e de estrutura. A esperança é que a gente possa recuperar esse tempo perdido”, encerra Ronald. Então, que venha 2022, com muitas palhetadas e gols (dentro e fora da mesa) em todas as modalidades.