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MUNDO BOTONISTA

Por José Carlos Cavalheiro (13/07/2021)

O Rio de Janeiro continua lindo?  

A modalidade Bola 12 Toques vive um grande esvaziamento no Rio de Janeiro. Em 2004, no auge das atividades, as competições tinham em torno de cento e vinte (120) atletas participando. A última etapa do Campeonato Estadual Individual, antes da pandemia COVID-19 contou com cerca de quarenta (40) atletas.


É comum um movimento surgir, ser novidade, crescer, durar um tempo e depois começar a virar rotina e ir perdendo interesse. Durante o processo é preciso ir percebendo as fases para aproveitá-las, mas sempre pensando no que fazer para manter o nível de interesse de todos. 


Em uma antiga entrevista com o Reynaldo Antunes, figura proeminente no estabelecimento da 12 Toques no Estado, perguntei para ele sobre o problema e ele identificou algumas para o esvaziamento:


- Jogar as mesmas competições, nos mesmos lugares, do mesmo jeito, contra os mesmos adversários;
- foco de muitos atletas nos resultados individuais e nos do seu clube e pouca preocupação com movimento, como um todo;
- grupos fechados em salas e competições pouco atrativas para o público externo;

- falta de renovação;
- a eterna falta de divulgação, mesmo com a atual força das redes sociais.


Eu acrescentaria também a oficialização e crescimento brutal da modalidade Dadinho que atraiu novos adeptos para si e não para a 12 Toques.


Segundo Reynaldo, para mudar esse quadro é necessário identificar o que fazer. O caminho para tanto seria, juntar pessoas dispostas a pensar no coletivo, para debater ideias, montar um plano com ações interligadas, com objetivos definidos e que levem ao objetivo maior de resgatar o interesse pela modalidade, definir quem vai gerenciar o plano e, finalmente, colocar o plano em execução. Com atitudes isoladas, mesmo que sejam bem-intencionadas, não será possível essa retomada.


Depois de um grave acidente automobilístico sofrido pelo vice-presidente, Christofer Pereira, coube ao atleta Igor Monteiro assumir as rédeas da modalidade no Rio de Janeiro. Talvez o seu maior desafio, após o retorno às atividades no período pós-pandemia, seja aumentar o número de participantes da 12 Toques no Estado.


Apesar desse quadro, o Rio de Janeiro disputa com o Paraná a honra de ser a segunda força da modalidade no Brasil, logo atrás de São Paulo. Contudo, é preciso estar atento pois outros Estados estão crescendo em quantidade e qualidade dos jogadores, entre eles Pernambuco.


Segue uma descrição dos títulos nacionais conquistados pelos atletas federados à FEFUMERJ (Federação de Futebol de Mesa do Rio de Janeiro) ao longo da história nesta modalidade.


- Campeonato Brasileiro Individual Adulto - 02 títulos
Thiago Penna (2008) e Victor Heremann (2018)
- Campeonato Brasileiro Individual Master - 04 títulos
Dudu Mello (2006) Rodolfo José (2010 e 2011) Fernando Gradowsky (2014)

- Campeonato Brasileiro Sub-18 - 11 títulos
Lucas Assumpção (2004) Paulo César (2005) Thiago Penna (2006) João Víctor (2007) Felipe Albuquerque (2009) Marcos Antunes (2010) Rhaniery Jardim (2011 e 2012) Vinícius Esteves (2015) Daniel Couto (2017 2018)

- Campeonato Brasileiro Sub-15 - 08 títulos
Rodrigo Pedreira 2002 Gabriel Adão 2004 Felipe Albuquerque (2005 e 2006) Rhaniery Jardim (2007, 2008, 2009 e 2010)

- Campeonato Brasileiro Interclubes Adulto - 02 títulos
Vasco da Gama (2017 e 2018)

- Campeonato Brasileiro Interclubes Master - 04 títulos
Vasco da Gama (2012, 2013, 2014 e 2016)

- Copa do Brasil Adulto - 01 título
Christofer Pereira (2019)

- Copa do Brasil Master - 02 títulos
Armando Amendolla (2015) Rodolfo José (2019)

- Campeonato Sul-americano Individual - 03 títulos
Fabio Borges (2012), Ednilson Gaffo (2018) e Felipe Albuquerque (2019)

- Campeonato Sul-americano Interclubes - 04 títulos
Vasco da Gama (2012, 2013, 2016 e 2018)

- Campeonato Mundial Individual - 1 título
Nando Ferreira (2018)

- Campeonato Mundial Interclubes - 2 títulos
Vasco da Gama (2014 e 2018)


 O Rio de Janeiro também se destacou com um exportados de talentos. Diversos atletas atuam ou atuaram em outros estados (
Marcell Romero, Thiago Penna, Rodrigo Pedreira, Paulo César, Rhaniery Jardim). Por outro lado, as equipes locais atraíram para no Rio de Janeiro alguns atletas, como os paranaenses Fernando Gradowski, Victor Heremann e Ednilson Gaffo.


Mesmo com a conjuntura complicada, não somente no campo do futebol de mesa, como disse Gilberto Gil em sua famosa música: “O Rio de Janeiro continua lindo, o Rio de Janeiro continua sendo... aquele abraço”.

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Formado em Agronomia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, José Carlos Marques Cavalheiro, nasceu na capital carioca no ano de 1962. Foi atleta de futebol de mesa na modalidade Bola 12 Toques de 1998 a 2005, quando foi viver em diferentes lugares: São Paulo, Paris, Jundiaí e Bogotá, onde atualmente reside. É o responsável pelo site da FEFUMERJ desde dezembro de 2004. Atualmente exerce o cargo de Diretor de Comunicação da entidade.

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cavalheiro@mundobotonista.com.br
fefumerj@fefumerj.com.br


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