Painel do Mundo
Por Roberto de Lara Rodrigues (17/10/2024)
É indiscutível que para termos uma excelente performance nos jogos devemos dominar muitas valências físicas. Um toque refinado e um chute aprimorado não garantem vitória contra adversários de ponta. São necessários também controle da respiração, mental e do tempo de jogo, estratégias defensivas, marcações diversas, arrumar as caídas das bolinhas, manter a concentração e, acima de tudo, a paciência. Com a fantástica cobertura do Mundo Botonista nos jogos dos campeonatos e as filmagens “amadoras” de alguns espectadores, temos visto uma condição que não é mais rara: a cera. Nem os artigos específicos da regra (vide art. 102.1, 102.2 e 104) inibem alguns botonistas dessa prática feia e desonrosa. Não somente o botonista que sofre com isso é afetado. Quando assisto aos vídeos e vejo enrolações exacerbadas, fico triste, bravo e frustrado. Ainda mais se o praticante desse péssimo hábito sair vencedor. Passou da hora de exigirmos jogos mais dinâmicos, de acordo com o regulamento, respeitando a regra e principalmente ao adversário.
Estou acompanhando uma mobilização aqui no Paraná no sentido de mudar essa situação. Após muitos jogadores assistirem os vídeos postados e ficarem indignados estão se organizando para solicitar aos responsáveis da CBFM, que a regra seja cumprida ou até mesmo alterada, para que o chutador e quem está arrumando o goleiro tenha um tempo enorme para a execução de 10 (dez) segundos. Isso mesmo, para quem está concentrado e querendo jogar, dez segundos é uma eternidade. Para quem não quer jogar, ou não quer obedecer às regras, existem outras opções de jogo, como um churrasco com os amigos com uma mesa no canto ou tomando uma cerveja no clube e se divertindo dando umas palhetadas. E a arrumação da defesa na saída de bola então? Quantas vezes alguns jogadores mexem nos zagueiros sem tirar do lugar e ficam medindo com o goleiro por muito mais tempo do que o permitido. Arrumam, depois desarrumam tudo e começam de novo. Meu Deus!
Em um campeonato, precisamos exigir que as regras sejam cumpridas. Infratores ficarão inibidos de praticar “a cera” se TODOS cobrarem a regra e não deixarem que continuem com essa barbaridade. Fato é que quando um “enrolador” está atrás no placar, joga normalmente e até correndo para buscar um resultado da partida.
Com esta crônica me despeço dos queridos leitores nessa temporada com este desabafo. Assim na mesa como na vida, convido todos a respeitar as regras. Nos vemos em 2025 para novas reflexões sobre a brincadeira mais linda da Terra - que, para que seja de fato considerada um esporte (como todos nós defendemos) precisa ter suas regras respeitadas efetivamente por todos que a praticam.
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Natural de Guarapuava-PR, Roberto de Lara Rodrigues é bacharel em Educação física e o maior campeão individual de todos os tempos na modalidade 12 toques, tendo conquistado cinco Campeonatos Brasileiros e seis Copas do Brasil individuais. A genialidade e aptidão para as palhetadas vêm de família: Além de ter podido contar sempre com os conselhos do pai, Nilson Rodrigues (maior campeão Brasileiro máster da história), Robertinho tem no primo, Rogério Nascimento (ex-campeão Brasileiro e Mundial) um grande parâmetro e um afiado parceiro de treinos para as grandes competições. Aqui no Portal Mundo Botonista, Rodrigues brinda a comunidade do futebol de mesa com crônicas exclusivas para a coluna Jeito & Força.
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