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MUNDO BOTONISTA
Planeta Dadinho

Por Alysson Cardinali (08/04/2024)

Gol, sinônimo de alegria

“Não existe gol feio, feio é não fazer gol”! A frase, criada pelo folclórico Dadá Maravilha, quarto maior artilheiro do futebol brasileiro, com 926 bolas na rede (atrás, apenas, de Romário, Pelé e Arthur Friedenreich), pode ser usada, com autoridade, por qualquer botonista que se preze. De falta, de pênalti, de quicadinha, no tem-chute, sem ângulo, do meio da rua, dentro da área, após rebatida do goleiro adversário, com o dadinho de quina, de chapa, de ponta cabeça... Não importa. 

Jogada cantada em verso e prosa por Marcelo Falcão, vocalista do Rappa, com seu famoso “eu quero ver gol, não precisa ser de placa, eu quero ver gol”, fato é que todo aficionado pelo famoso esporte bretão – seja o jogado com os pés ou com uma palheta nas mãos – quer vibrar com jogada tão especial e mágica. Afinal, gol, segundo constava em um famoso programa esportivo na TV, é o grande momento do futebol (de mesa, inclusive).

E, diferentemente do que assegurou certa vez aquele famoso técnico da seleção brasileira, tetracampeão mundial nos Estados Unidos, gol NÃO é apenas um mero detalhe. Licenças poéticas e brincadeiras à parte, fato é que a arte de se colocar o dadinho no filó em uma partida de futebol de mesa tem a mesma importância e significado de um craque calçado com chuteiras imortais mandar a redonda para a rede em final de Libertadores no Maracanã lotado.

Nas mesas, assim como nos campos, fazer muitos gols é um diferencial fundamental entre vencer e perder, ser campeão ou morrer na praia. Existem os goleadores, os matadores impiedosos, aqueles que, como diriam os analistas, “fedem” a gol. São craques que executam tal missão com assiduidade inimaginável, dando a impressão de ser mera formalidade, coisa fácil e rotineira. 

Pelé, Zico, Cruyff, Romário, Roberto Dinamite, Ronaldo, Cristiano Ronaldo, Messi... A lista de artilheiros, nos gramados, é extensa, quase infinita. Pois a relação de extra-séries nas mesas de botão é igualmente seleta e rica. Brayner, Paulinho Quartarone, Victor Praça, Rodrigo Bandini, Ronald Neri, Regis e Juninho são alguns dos fenômenos em relação à elevada média de gols por partida, com o perdão, obviamente, de minha imperdoável injustiça pela não citação de outros excelentes homens-gol. 

Um deles, inclusive, mostrou, na prática, a importância de se fazer mais gols do que levá-los na busca pelas vitórias. Com uma campanha invicta (11 vitórias e três empates) e média de quatro tentos por partida (56 em 14 jogos), Brayner faturou, em março, o bicampeonato do Torneio Rio-São Paulo, disputado na Sociedade dos Amigos da Dalmácia Croácia, na capital paulista. Na final, o atleta do River buscou um empate em 4 a 4 com outro artilheiro, Rodrigo Bandini (Fluminense), no tem-chute, para erguer o troféu.

Além do inquestionável talento e da frieza na busca do gol, que o tornam um dos melhores jogadores da regra Dadinho no Brasil, Brayner é aquele craque que faz do ataque a melhor defesa. “Partindo do pressuposto de que necessariamente preciso fazer gols para ganhar e não preciso deixar de tomar gols para vencer, diria que o ataque é o mais importante em uma partida”, avalia Brayner, que revela um dos segredos para balançar o filó com tanta frequência: “Leitura de dadinho e muito treino”.

A meta para todo federado, segundo Brayner, é chegar à excelência na hora de balançar o filó. “Acho que não existe média de gols ideal, mas diria que para um jogador que esteja na divisão principal do Estadual do Rio de Janeiro, seja interessante fazer de dois a três gols por partida”, avalia o atleta do River, que conhece como poucos os caminhos em direção às redes adversárias e é referência para quem deseja alcançar um nível elevado nas competições

Além de muito treino, dom, talento, perseverança, boas condições físicas, técnicas e emocionais também são quesitos que podem fazer a diferença entre o craque e o jogador mediano, entre o vencedor e o perdedor, entre o goleador e o perna (ou mão) de pau. Felizmente, existem os mestres a nos ensinar as manhas na busca dos gols. Afinal, como diria o jornalista Armando Nogueira, “difícil não é fazer mil gols como Pelé. Difícil é fazer um gol como Pelé”. Parabéns e obrigado aos gênios. 

A campanha de Brayner no Rio-São Paulo: 5 x 1 Marielcinho (Litovale), 3 x 2 PC (São Paulo), 5 x 0 Porphirio (Grajaú Tênis Clube), 3 x 3 Bandini (Fluminense), 5 x 2 Willow (Corinthians), 4 x 2 Giorgio (Colégio Militar), 3 x 1 Jefferson (CEPE), 5 x 0 Kojala (Nova Friburgo), 3 x 2 Marco Antõnio (Lafume), 3 x 0 Edmilson (Olaria), 7 x 1 Pablo (São Paulo), 4 x 3 Tarouca (Vasco), 2 x 2 Wellington (Flamengo) e 4 x 4 Bandini (Fluminense).

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Nascido em Nova Friburgo (RJ) em 1971, mas morando há mais de 30 anos na cidade do Rio de Janeiro, o jornalista esportivo Alysson Cardinali, com passagens pelos jornais O Fluminense, Jornal dos Sports, O Dia e Expresso (Infoglobo), revistas Placar e Invicto, além do canal SporTV, é um apaixonado não só pela profissão, mas pelo futebol de botão. Praticante da modalidade dadinho, Alysson é atleta federado, pelo São Cristóvão Futebol e Regatas, na Federação de Futebol de Mesa do Rio de Janeiro (Fefumerj) e, além de disputar as competições oficiais pelo Brasil, pretende divulgar o esporte e angariar cada vez mais praticantes para perpetuar o futebol de botão entre as futuras gerações.

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cardinali@mundobotonista.com.br

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