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MUNDO BOTONISTA
Por Alex Monteiro (19/05/2021)

Iceland, terra do gelo e do futebol.

Sensação durante a Eurocopa de 2016 e a Copa do Mundo de 2018, a seleção da Islândia esconde muitas curiosidades e um povo apaixonado por futebol. Enganou-se quem pensou que essa ilha rica e linda em belezas naturais, com uma cultura única e que desfruta de sol por apenas três meses no ano, não poderia conquistar seu espaço no mundo da bola.

Quem nunca se perguntou porque os nomes do jogadores sempre terminam em “son” (em inglês, filho)? Os laços familiares são tão sagrados para os islandeses que eles carregam essa tradição por gerações. Imaginem o goleiro brasileiro Alison, seria o “filho de Ali”. Com cerca de 360 mil habitantes, um dos paises mais gelados do mundo possui um povo extremamente educado e acolhedor. Com a pesca e o turismo como principais fontes econômicas, esse pequeno país carrega muitas histórias e amor ao futebol.

Adoraria me estender na parte histórica e turística de lá, mas voltemos ao futebol. Strákarnir Okkar (Nossos Garotos), o apelido para a seleção nao poderia ser mais apropriado. Todo esse carinho é sempre presente quando nos recordamos do famoso “Haka Viking”, que marcou os primeiros islandeses a disputarem uma Copa do Mundo. Um simples bater de palmas com um grito de “Uh!" dita o ritmo de agradecimento ao apoio e amor ofertados.
Uma seleção formada por jogadores semi-profissionais, com um técnico dentista (Heimir Hallgrímsson), abriu espaço para diversos atletas se profissionalizarem em outros países.

Futebol Local:

O futebol está muito longe de ser jogado profissionalmente na Islândia, todos os atletas possuem uma outra profissão e perseguem o sonho de jogar nas grandes ligas mundiais. O principal campeonato local, Icelandic Premier League, é formado por apenas 12 clubes e garante vaga nas fases preliminares da Champions League (1º colocado) e Europa League (do 2º ao 4º colocados). Também existem mais 4 divisões inferiores, com mais clubes disputando o acesso à elite. A Associação de Futebol da Islândia, KSI, é responsável pelos campeonatos locais, bem como pela seleção.

Os maiores campeões nacionais sao: KR, com 27 títulos, Valur com 23, empatados com 18, ÍA e Fram. Os times da capital, Reykjavík, que contém dois terços da população da Islândia, dominam essa lista.

O maior campeão, o KR (Knattspyrnufélag Reykjavíkur), foi fundado em 1899. Ele é mais antigo que qualquer clube do Brasil.


KSI:

A seleção Viking tem o azul como cor predominante e o branco como segunda opção. Estamos numa época onde o troca-troca de escudos tem causado bastante reclamações dos amantes do futebol e no ano passado, a KSI surpreendeu ao criar algo minimalista valorizando os chamados 4 guardiões (Guardian Apirits-Landvættir) derivados da cultura local, o gigante, o dragão, o touro e a águia. A união desses elementos resultou em um dos mais belos escudos do futebol.

A Associação está localizada no Estádio Laugardalsvöllur, em Reykjavik. A casa da seleção é o estádio nacional, com capacidade para 9.800 torcedores em jogos da UEFA e com recorde de publico em 2004, na partida contra a Itália, quando tivemos 20.204 presentes, mais que o dobro da atual capacidade permitida.

Lendas:

Gudjohnsen? Sigurdsson? Nada disso, a grande lenda do futebol na Islândia chama-se Albert Gudmundsson. Ele foi o primeiro jogador profissional islandês. Jogou por 20 anos. De 1938 até 1958, passou por grandes clubes como Rangers, Arsenal, Nancy e Milan. Em homenagem ao seu legado, uma estátua foi erguida em frente ao Estádio Laugardalsvöllur.

Lembram que laços familiares são sagrados na Islândia? Sua familia seguiu fielmente o seu legado. Seus filho, neto e bisneto (que possui o mesmo nome do bisavô) tornaram-se jogadores de futebol. Este último jogou no PSV da Holanda.


Mas, não temos como não citar Eidur Smari Gudjohnsen, um grande campeão. Tem no seu currículo duas Premier League pelo Chelsea, bem como La Liga, Copa del Rey e Champions League pelo Barcelona. Uma grande curiosidade, vejam os laços familiares novamente, foi que em 1996, Gudjohnsen, aos 35 anos, num jogo contra a Estônia, foi substituído por ser filho, Eidur, então com 17 anos. Esse foi o primeiro jogo na história do futebol em que pai e filho atuaram por uma seleção. A seleção da Islândia de 2018 também faz parte da minha coleção de botões em vidrilhas. E quem souber qualquer curiosidade sobre a Islândia, por favor comente e compartilhe.

Um grande abraço! Reencontramo-nos em duas semanas. Tocando e puxando a corda!

Alex Monteiro é um carioca radicado nos Estados Unidos, profissional do mercado financeiro e absolutamente apaixonado pelas coisas do futebol - dentre as quais, naturalmente, está o futebol de botão. Entre tantos episódios deste amor muito bem correspondido, em 2019 fundou em New York, ao lado do amigo Luis Castello, a Play Button Soccer, que organiza torneios de futebol de botão nos EUA e oferece suporte aos adeptos que queiram praticar o esporte na terra do Tio Sam. 
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