Painel do Mundo
Por Sergio Travassos (22/11/2021)
Várias são as cidades tradicionais no futebol de mesa, especificamente na modalidade 1 Toque: Salvador, Natal, Porto Alegre, Aracaju, Recife, João Pessoa, Florianópolis, para citar algumas. Mas temos o prazer de ver, ano a ano, uma força oriunda do interior que, talvez apenas o basquete e o hóquei sobre patins tenham tantos exponentes.
Eles nos trazem, muitas vezes, um jeito diferente de jogo. Mas um jeito altamente competitivo. E, aqui, não vou me deter nas vantagens e desvantagens de se ter uma equipe em um município interiorano. Isso seria outro texto e outro momento. Vou, sim, citar a minha admiração e alegria de assistir e saber notícias dos resultados de clubes e associações interioranas.
De antemão, aviso logo que não sou o “Google”, portanto, é quase certo que não consiga citar, sequer, 1% dos clubes que trabalham para o engrandecimento e perpetuação do nosso amado desporto. Mas, irei citar alguns aqui que tem um trabalho de destaque.
A primeira vez que o interior me chamou a atenção foi nos idos dos anos 80, quando ouvi falar na AFM Caxias, do Rio Grande do Sul (125km de Porto Alegre). Tendo como um dos fundadores o baluarte do botonismo, Adauto Celso Sambaquy – ele foi um grande incentivador da unificação das regras para o surgimento de algo nacional, os “Azzuri” vem pelejando para se fortalecer e levar o nome da sua cidade há mais de 55 anos.
Eles têm trabalhos reconhecidos em prol do botonismo e da sua comunidade. Esses trabalhos, inclusive, vão além do desporto, formam cidadãos com maturidade emocional para dar o seu contributo para o município. São movimentos apoiados pela municipalidade, em alguns casos, abrindo as portas de cursos e do mercado do trabalho. Os projetos da AFM, inclusive, são objetos de estudo na faculdade de Educação Física e de outros cursos, cravando o nome da instituição nas bibliotecas, em vários trabalhos de conclusão de curso. Além disso, do ponto de vista desportivo, tem uma sede com quatorze mesas e uma prateleira com quatro títulos estaduais e dois nacionais.
Seguindo no Rio Grande do Sul, outras instituições têm destaque aos meus olhos. Há 216km da capital, temos a tradicional Academia Pelotas, com três títulos do Estado, e ótimas campanhas em competições regionais e nacionais. Também em Pelotas, temos o Círculo Operário Pelopotense, com um dos salões mais belos do Brasil – aconselho a visita. No Rio Grande (136km da capital), temos duas fortes equipes: a Riograndina e a Afumerg. A Riograndina tem três títulos estaduais, enquanto a sua rival citadina, hoje, é líder no ranking gaúcho.
Nordeste
Subindo para o Nordeste, há um sem-número de instituições que trabalham firme na divulgação e no crescimento do desporto. Uma das mais vitoriosas, vem da Bahia, mais precisamente de Santo Amaro (80km de Salvador): AABM. Liderada por Hamilton Mutti – o Magnífico, eles possuem três títulos nacionais e dois estaduais de clubes, além de vários títulos individuais. Apesar de uma prateleira cheia de troféus, ainda buscam um apoio para, finalmente, construírem a sua sede própria.
Também da Bahia, temos a ACRA. A equipe auri-azul sempre forma equipes fortíssimas. Hoje, possui três títulos brasileiros e dois baianos. Também há trabalhos importantes junto à comunidade. Baiana, Lapinha, Ilheense, também tem se destacado, sendo fortes candidatas ao pódio. Isso, confere a eles chances maiores de títulos. Por sinal, títulos eles têm de sobra.
Em Pernambuco, destaca-se o Aliancense. Clube fundado nos idos de 1993, após longo trabalho, começa a dar frutos. É o atual bicampeão estadual, está em plena construção de sua sede, que será a maior do interior para a modalidade, e tem atletas que, individualmente, têm colocado a cidade de Aliança (81km do Recife), no mapa desportivo. Da Paraíba, temos a tradicional Desportiva Guarabira que abriu as portas aos botonistas que, apesar de serem destaque, penavam para manter uma associação. Agora, com um local e uma estrutura melhor, Machado, Dino, Kennedy e companhia, tendem a ter uma estabilidade que pode alavancar o desporto na cidade.
O bom é saber que, além de associações tradicionais, temos um crescimento do número de novos clubes no interior. Isso me dá esperança de, no futuro, termos novas cidades no nosso radar e, consequentemente, muitos novos botonistas para a perpetuação do nosso desporto em sua modalidade 1 Toque. Que assim seja.
Sergio Travassos é diretor do Santa Cruz F.C. há doze anos, jornalista com outras duas formações, Educação Física e Marketing, que atua há muito tempo em prol do desporto pernambucano. Tendo passagens pela Federação Pernambucana e CBFM. Sendo uma das figuras que mais defende o jogo de futebol de mesa, independente da regra de atuação, bem como que as competições sejam feitas em locais públicos, visando atrair mais visibilidade para o futmesa.
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