Painel do Mundo

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MUNDO BOTONISTA
Por Márcio Bariviera (03/05/2020)

Maldita Alemanha!

O ano de 1986 foi muito bacana para mim. Eu já torrava há um bom tempo os meus joelhos no assoalho da casa da minha mãe jogando botão e começava a curtir com todas as minhas forças a Copa do Mundo.
 
Mesmo ainda muito pequeno, acompanhei a Copa de 82 e, como todos os que acompanharam, me decepcionei com a “tragédia de Sarriá”. Por isso, para mim a Copa de 86 seria uma espécie de renascimento, de colocar as coisas no seu lugar, de estraçalhar e jogar no lixo (no lixeiro verde, de vidros) a injustiça que fomos acometidos quatro anos antes.
 
Naquela época o jogo de botão aflorava em mim como hoje afloraria – se não houvesse a pandemia – uma partida de futebol para o torcedor do Liverpool: curtir, se divertir. E como era época de Copa do Mundo, logicamente que eu iria fazer a minha Copa, também.
 
But... Houston, we had a problem. Eu possuía apenas quatro seleções: Brasil, Argentina, Uruguai e Alemanha. Então fui forçado a usar a criatividade, como eu sei que muitos devem ter feito em sua vida de Botonista nível 1: transformar o Grêmio na Itália, o Inter na Espanha, o Fluminense na Irlanda do Norte, o Cruzeiro na França, o Santos na Inglaterra e por aí a banda passava.
 
Minha Seleção era um pouco diferente daquela do Telê. O Telê não convocou o Renato e o Leandro acabou recusando a convocação. Eu levei os dois, até por que eles se destacavam nos meus campeonatos.
 
A Copa lá de casa foi rolando e o Brasil chegou nas semifinais para encarar, vejam só, a Polônia (Boniek jogou muito na minha Copa, cabe o registro). Alemanha e Portugal foi a outra semi da minha competição. O Brasil venceu a Polônia nas penalidades, enquanto que a Alemanha mandou um acachapante 3 a 0 nos portugueses.
 
Na final, Brasil e Alemanha. O primeiro enfrentamento dessas duas seleções em Copas foi em 2002, mas no meu mundo de botão isso ocorreu bem antes, naquele gostoso 1986.
 
Eu adoraria omitir o placar do jogo, mas quando somos o mesmo botonista para os dois lados, isenção e imparcialidade precisam prevalecer. Placar do jogo, Alemanha 2 a 1.
 
Maldita Alemanha! Vence o Brasil por 2 a 1 na minha final e na vida real perde justamente para a Argentina. Lógico que estou fazendo uma brincadeira com o povo alemão, ao qual eu tenho enorme respeito por sua organização e disciplina. Mas naquela vez, só naquela, baixinho para eles não escutarem: maldita Alemanha!

O gaúcho de Rodeio Bonito, Marcio Bariviera é gerente administrativo do União Frederiquense, clube que disputa a Série A2 do Gauchão, além de assinar uma coluna semanal no jornal O Alto Uruguai, de Frederico Westphalen-RS. Rock e futebol de botão são duas paixões desde a infância (e se puder dar palhetadas ouvindo Led Zeppelin fica time completo).

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marcio_bariviera@mundobotonista.com.br
(055) 99988-6612

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