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Por Quinho Zuccato (14/02/2020)
O feltro e a microfibra.
Pessoal, com muito orgulho e prazer, escrevo aqui meu primeiro artigo em uma coluna, que, espero poder ajudar à todos com meus conhecimentos sobre nosso esporte. O assunto de hoje é: "Como a mudança da bolinha de feltro para microfibra impactou na mudança nas medidas dos botões."
Vamos lá. Tive o grande prazer de conviver com o Sr Lorival de Lima, nosso grande mestre fabricante de botões e também o fabricante oficial das bolinhas da CBFM por um bom tempo, e sempre que podia, ia em sua oficina para vê-lo trabalhar. Sempre falo à todos que a melhor bolinha que joguei na minha vida foi a bolinha do Campeonato Brasileiro de 2013 em Goiânia. Foi a última bolinha de feltro já fabricada pelos amigos goianos com os moldes que haviam comprado após o falecimento do Lorival.
Logo após, em 2014 foram buscadas alternativas para a fabricação de novas bolinhas. E surgiu a bolinha de microfibra. A princípio já começamos a perceber algumas diferenças marcantes em relação ao feltro. Uma bolinha mais felpuda, que rolava menos na mesa, que era mais fácil de se controlar os toques, e com isso a quantidade de gols foi aumentando.
Porém também tinha suas desvantagens, como desgaste mais rápido e durabilidade.
A partir disso começaram as mudanças nas medidas dos times. Os botonistas de elite, campeões, foram criando novas medidas como o 3.9 grau 19, 3.8 grau 18, principalmente o pessoal que jogava com 4.5 grau 20. Eu também procurei mudar, porque minha medida 4.1 grau 26 já não era tão competitiva, e tinha que fazer muito esforço em certas ocasiões do jogo pra me manter na partida. Cheguei a testar 4.5 grau 21 mas foi por pouco tempo.
No começo foi legal, mas a mão foi ficando pesada e eu ficava irado quando adiantavam o goleiro e eu não conseguia encobrir. Um certo dia, comecei a testar algumas medidas com grau 23, como 4.2, 4.3 e foi dando certo. Voltei a ser competitivo nos torneios nacionais. Me encaixei entre o 4.0 e 4.1 grau 23 onde estou até hoje. Caso tenha uma nova mudança de material da bolinha, lá vamos nós de novo para as mudanças. Questão de adaptação. Tudo nessa vida se adapta, e no nosso esporte não é diferente. Procuramos todo dia estudar alguma coisa diferente sobre o que pode ser mudado, cava, atrito, caída do botão, tamanho do furo. Tudo isso pra "achar" que encontrou o botão ideal.
Cada jogador tem seu estilo, seu perfil. Muda-se as medidas mas o estilo de jogo é o mesmo. E vida que segue! Sempre procurando ouvir e entender os pensamentos dos nossos amigos do futmesa. Sempre dando um toquinho mais!!! E se a bolinha entrar na área, adianto o goleiro?
O Socorrense Marcus Paulo Liparini Zuccato, ou simplesmente Quinho, como é conhecido no meio botonístico, está entre as maiores lendas do futebol de mesa. Campeão mundial, foi talhado para caçar títulos desde garoto, (campeão brasileiro da categoria principal aos 15 anos de idade, um recorde até hoje jamais igualado. Enquanto colunista do Mundo Botonista, a cada semana Quinho divide um pouco do que sabe sobre questões relacionadas à técnica de jogo na modalidade 12 toques.
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